Todo mundo em pânico. A recente homologação do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tem tirado, e muito, o sono do ex-presidente, familiares e asseclas próximos. Afinal, a colaboração, no âmbito do inquérito das milícias digitais, promete tratar de investigações como a tentativa de golpe de estado, fraude nos cartões de vacina da Covid-19 e a venda de joias, relógios e outros presentes oficiais recebidos pela Presidência da República entre 2019 e 2022.
No ICL Notícias 2, Guga Noblat destacou que a tentativa do golpe de estado, assim como no caso das joias, deixou “recibos” e tem também “a digital do entorno de Jair Bolsonaro”. O comentarista lembrou a entrevista dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Índia, sobre a delação premiada de Mauro Cid. Nela, Lula disse que Jair Jolsonaro está “altamente comprometido. A cada dia vão aparecendo as coisas e nós vamos ter certeza que havia a perspectiva de golpe e que o ex-presidente estava envolvido até os dentes nela”.
Guga concorda com a afirmação de Lula. “Até os dentes metido no golpe. De fato, é mais difícil deixar rastros nesta questão do que na tentativa de vender joias para colocar cash no bolso de Jair Bolsonaro, já que tem foto, recibo, tem leilão, tem conversa de telefone. Mas, no caso do golpe, também deixaram provas, deixaram recibo, entre aspas, também deixaram a digital do entorno do ex-presidente. Eles precisam agora ligar Bolsonaro com essa tramoia, com essa minuta de golpe, tentando criar um roteiro, algum argumento jurídico para sustentar o que seria um golpe de estado”.
O comentarista disse que há conversas, mensagens, faltando apenas conectar tudo diretamente ao ex-presidente. “Mauro Cid pode fazer esse papel. A turma do Bolsonaro, por sua vez, já disse que o máximo que Cid poderia fazer era ligá-lo ao hacker, mas alegam que no momento em que o ex-presidente estava conversando com o hacker, Cid estava a uma certa distância e que não teria como escutar toda a conversa. Bolsonaro acredita que Cid talvez não tenha tanto assim para fazer a ligação dele com o golpe, apesar de ser óbvio que o maior mentor, o chefe do golpe, era o próprio Bolsonaro”.
Guga destacou que Bolsonaro não queria acreditar que Mauro Cid iria fazer a delação premiada. “Cid está metido em todos os rolos de Bolsonaro, que acreditou que o ex-ajudante de ordens não iria delatar. Ele tentou se iludir. Até o momento que o tenente-coronel consegue a liberdade, só ali cai a ficha de Bolsonaro, que, de fato, está sendo alvo de Mauro Cid. Ele está no modo sobrevivência, está preocupado com o que pode acontecer, apesar de ainda passar ideia de que isso não vai ocorrer”, argumentou o comentarista.
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