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Estudo mostra que economia mundial pode perder até R$ 64 tri com surtos de Covid-19

A ascensão acentuada de casos e mortes em alguns países da Ásia e o ressurgimento de casos na Europa são lembretes gritantes de que a pandemia não acabou
07/04/2022 | 18h27

A perda acumulada para a economia mundial pode chegar a R$ 64,8 trilhões até 2024, segundo o estudo “Uma estratégia global para gerenciar os riscos de longo prazo da covid-19”, divulgado nesta semana.

O levantamento aponta que as limitações impostas pelo acesso desigual aos métodos de prevenção e tratamento da doença traz impactos diretos na recuperação dos países. O risco do surgimento de novas variantes também gera preocupações.

“A ascensão acentuada de casos e mortes em alguns países da Ásia e o ressurgimento de casos na Europa são lembretes gritantes de que a pandemia não acabou”, diz o documento.

A recomendação é de uma resposta mais sustentável para a pandemia, utilizando um conjunto de medidas para ampliar o acesso às vacinas e  tratamentos de qualidade.

A OMS tinha como meta a vacinação de ao menos 70% da população mundial até meados de 2022. No entanto, metade dos países mais pobres não conseguiram receber imunizantes gratuitos pela falta de capacidade de armazenamento ou por ausência de demanda.

Para além dos países vulneráveis, como alguns localizados na África, nações mais ricas e emergentes também não cumpriram a meta, como os Estados Unidos, Rússia, países do Leste Europeu, México e a Índia.

Na China, o pedido do presidente Xi Jinping para limitar as consequências econômicas, em relação ao surto, está ficando mais difícil de atender à medida que a variante omicron, altamente transmissível, continua a se alastrar, apesar dos intensos esforços de contenção.

O atual surto já ultrapassou o número de infecções registrado nos primeiros dias da pandemia, antes que testes estivessem facilmente disponíveis, e abrange uma faixa muito mais ampla do país.

Os chineses somaram 20.472 novos casos de Covid-19 na terça-feira (5), impulsionados pelo aumento de infecções em Xangai, onde autoridades locais estão construindo a maior instalação de isolamento improvisada do mundo para tentar conter o surto.

O Centro Nacional de Exposições e Convenções, um espaço de 1,2 milhão de metros quadrados, conhecido por sediar feiras internacionais de automóveis e outros grandes eventos , será convertido para abrigar mais de 40.000 pessoas, segundo relatos da mídia local.

O esforço mostra a que ponto chegou o combate ao vírus no centro financeiro, além de um lockdown que mantém seus 25 milhões de moradores confinados em casa.

O número de casos continua a aumentar em Xangai e Jilin, uma província do nordeste que está fechada desde meados de março, mostrando a dificuldade em deter a propagação da omicron após a variante ter penetrado profundamente na população.

Houve 311 infecções locais e 16.766 casos assintomáticos relatados em Xangai na terça-feira, e outras 973 infecções e 1.798 casos assintomáticos em Jilin, segundo a Comissão Nacional de Saúde.

Ambas as áreas estão sofrendo com as ramificações econômicas e pessoais dos lockdowns, com escassez de alimentos, falta de assistência médica e fábricas fechadas trazendo aflição aos moradores.

Circulam rumores nas mídias sociais de que algumas pessoa em Xangai que não se qualificavam conseguiram obter permissões de trânsito para burlar as restrições do lockdown e dirigir até lojas para comprar comida. Uma loja da Metro em Xangai interrompeu as operações em meio a uma disparada no número de visitantes com permissão de tráfego na quarta-feira, de acordo com aviso na conta Weibo da rede.

O número de casos está aumentando ainda mais rápido nos arredores de Xangai, embora os níveis permaneçam baixos. A média de 7 dias aumentou de 19 para 63 na província de Anhui, e subiu de 21 para 59 na semana anterior em Jiangsu. Xangai continua sendo o epicentro do atual surto, apesar de estender indefinidamente o lockdown de seus 25 milhões de habitantes.

Com informações das agências de notícias

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