Após greve que paralisou sete linhas do transporte por trilhos organizada pelos funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em São Paulo ontem (28), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou hoje (29) que o valor da tarifa do metrô e dos trens metropolitanos poderá aumentar para R$ 4,40, a partir do próximo ano.
A decisão do governador se dá devido à ausência de reajuste da tarifa desde o início de 2020.
“A tarifa está congelada há muito tempo. A gente precisa começar a fazer conta. Ou eu passo alguma coisa para a tarifa, ou a gente permanece com ela congelada e eu aumento o subsídio. Quando entra mais subsídio, eu vou tirar de algum lugar. Então a gente tem que colocar na balança qual política pública que vai pesar mais. Porque não tem almoço de graça. Se a tarifa não subiu, o custo subiu.”
O governador, ainda, discorda de opinião do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) que estuda a implementação de tarifa zero para os ônibus. Para o republicano, o valor do vale-transporte pago pelas empresas aos trabalhadores é “absolutamente insuficiente” para garantir a gratuidade.
“A gente tem que ver se é esse caminho. Não vejo viabilidade financeira para dar esse passo. Essa conta é explosiva e vai sangrar muito as contas do estado e do município. Então vale a pena você paralisar uma série de políticas públicas só pela tarifa zero? Eu acho que não.”
Tarcísio passa pela sua terceira greve durante sua gestão. Diante da decisão da Justiça do Trabalho que ordenou o funcionamento mínimo de 80% dos serviços no Metrô e 85% na CPTM nos horários de pico, funcionários que comandaram a paralisação terão poderão sofrer punições conforme condutas “apuradas individualmente”.
“Entendo que há uma infração, um descumprimento de dever funcional. E aí vamos ver, ponderada a razoabilidade, vamos aplicar sanções para que a gente não tenha essa indisciplina generalizada, para que a gente não vulgarize as decisões judiciais.”
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