O setor agropecuário é a grande esperança do país para um resultado positivo e próximo de 1% do PIB. Essa é a avaliação dos economistas do ICL, André Campedelli e Deborah Magagna. “Com os demais setores patinando, a falta de renda e emprego na economia brasileira e as incertezas em relação ao futuro da economia, com o cenário mundial cada vez mais conturbado, o resultado sólido do agronegócio brasileiro passa a ser gradativamente mais relevante para que algum nível de atividade econômica seja registrado no Brasil em 2022”, ressaltam em artigo publicado no do Boletim Economia para Todos Investidor Mestre.
Os resultados do setor agropecuário no mês de abril apresentaram uma melhora em relação ao mesmo período do ano passado e uma elevação da expectativa de colheita para os grãos no Brasil atualmente.
Uma análise mais aprofundada desses bons resultados de abril, porém, também deflagram um outro componente importante: a falta que o setor industrial tem desempenhado na economia brasileira atualmente. Mesmo a indústria de baixa complexidade, como é a indústria extrativa, parece estar perdendo espaço e muito disso tem a ver com a situação da China, que demanda em larga escala minérios metálicos e outras commodities extrativas.
Os economistas do ICL indicam que o setor industrial perder espaço na pauta exportadora é algo preocupante, deixando cada vez mais evidente a condição do Brasil de país agrícola. “O Brasil está cada vez mais dependente e primário, ou seja, um país mais rural e menos industrial, com uma enorme massa populacional vivendo nas cidades. Isto é um problema grave para a economia brasileira e o reflexo disso pode ser notado no poder hoje que o setor possui na política do país”, destacam Campedelli e Magagna.
Medidas do governo são para agradar o setor agropecuário
O atual governo tem tomado, cada vez mais, medidas para “agradar” o agronegócio. Entres elas, estão a expansão da fronteira agrícola para dentro de território protegido, aumento da liberação de agrotóxicos proibidos no mundo inteiro, aumento do crédito para grandes plantações em detrimento dos pequenos agricultores e uma marginalização cada vez maior da agricultura familiar.
O grande problema apontando pelos economistas é que este tipo de produção não é feita para alimentar o país, mas para aumentar o nível de exportações. Segundo Campedelli e Magagna, os brasileiros ficam com que sobra em território nacional, ou seja, “consumimos apenas aquilo que o mundo não quer”.
Outro ponto é que a expansão do agronegócio deixa cada vez menos território para a produção de alimentos como arroz e feijão, que, com oferta está cada vez menor, têm os preços elevados. “No fim das contas, o agro não é tão pop assim”, enfatizam os economistas do ICL.
O artigo conclui que o Brasil, praticamente, não tem outra atividade econômica, ao não ser o setor agropecuário e, com a imposição de sua força, a sociedade fica refém, tendo que pagar caro pelos alimentos. Os economistas finalizam explicando que “um país meramente agrário nunca terá chance de se elevar como potência. Uma indústria moderna precisa ser reativada no Brasil. Isto é um passo importante a ser dado para que o país possa mudar estruturalmente sua situação, sendo mais rico e tendo uma situação melhor para toda sua população”.
Redação ICL Economia
Com informações do Boletim Economia para Todos Investidor Mestre
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