A Petrobras comunicou na manhã desta segunda-feira (20) a renúncia do presidente José Mauro Coelho, que pediu demissão do cargo da estatal. Agora, o Conselho de Administração da Petrobras deve examinar a nomeação de um presidente interino.
A renúncia do presidente é fruto da pressão sobre a companhia que Jair Bolsonaro, com o apoio de aliados, principalmente do presidente da Câmara, Arthur Lira, tem exercido por conta dos aumentos sucessivos no preço dos combustíveis.
No final da semana passada, inclusive, Arthur Lira voltou a exigir a demissão imediata de Coelho, que já teve sua saída anunciada três semanas atrás, mas ocupava o posto até que o conselho deliberasse sua substituição pelo executivo Caio Mario Paes de Andrade.
Lira chegou a anunciar também que reunirá nesta segunda-feira (20) o colégio de líderes para discutir a política de preços da Petrobras, a renúncia do presidente e tentar reverter o lucro da empresa para a população.
O jornalista Rodrigo Viana comentou o fato no ICL Notícias de hoje: “É uma operação de emergência do Bolsonaro para a campanha, já que ele não teve coragem de mexer no preço de paridade internacional do petróleo, porque isso atingiria o vespeiro da Faria Lima e dos acionistas. Mas eu acho que vai ser inócuo”, declarou Viana.
A economista do ICL Deborah Magagna explica que a renúncia do presidente, mesmo depois de Bolsonaro ter demitido Coelho em maio, era importante para agilizar a troca do presidente da estatal, já que o processo poderia levar até 60 dias. Para ela, a renúncia do presidente tem como objetivo encontrar um “culpado” para o aumento dos combustíveis. “Como não funcionou culpar os governadores com a história do ICMS, o jeito foi demitir o presidente da Petrobras”, afirmou a economista.
Renúncia do presidente José Mauro Coelho faz parte de histórico de demissões
José Mauro Ferreira Coelho foi o terceiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro.
O primeiro a assumir o comando da estatal durante o governo do presidente Jair Bolsonaro foi o economista Roberto Castello Branco, indicado logo após as eleições de 2018.
Castello Branco foi nomeado para cargo em janeiro de 2019 e demitido em fevereiro do ano passado pelo presidente, que alegou estar insatisfeito com os reajustes nos preços de combustíveis durante a gestão do economista.
O nome indicado para substituir Castello Branco foi o general Joaquim Silva e Luna. O militar tomou posse do cargo em abril de 2021 e permaneceu no posto até março deste ano.
O general permaneceu 343 dias no cargo e foi demitido em abril deste ano por ter seguido a lógica de mercado para definição dos preços.
Após a saída de Silva e Luna, o governo chegou a indicar os nomes do economista Adriano Pires e do empresário Rodolfo Landim para assumir o comando da estatal, no entanto, ambos informaram que não poderiam assumir os postos.
Em abril, o governo indicou José Mauro Coelho para assumir o comando da estatal. O executivo assumiu a presidência da Petrobras no dia 14 do mês passado.
Redação ICL Economia
Com informações da Infomoney e do G1
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