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Inflação no Reino Unido é a mais alta em 40 anos: 9,1% em maio

Sindicatos têm alertado sobre greves generalizadas nos próximos meses, porque o salário médio não tem acompanhado a inflação
22/06/2022 | 14h34

A inflação no Reino Unido atingiu 9,1% em maio na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Com isso, a população passou a viver com uma realidade que não via desde 1982, há 40 anos. Os dados são do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), divulgado nesta quarta-feira (22).

Essa é a maior taxa do Grupo dos Sete (G7) para a inflação no Reino Unido e o resultado é uma aceleração em relação à alta de 9% observada em abril. A taxa registrada em maio foi maior do que a dos Estados Unidos, França, Alemanha e Itália. Japão e Canadá ainda não informaram os dados para maio, mas nenhum deles deve chegar perto.

A categoria de alimentos e bebidas não-alcoólicas foi a maior responsável pela alta no índice de maio da inflação no Reino Unido, registrando aumento de 8,7% em doze meses – o maior salto desde março de 2009.

Alta na taxa de juros para tentar conter a inflação no Reino Unido

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês)  já afirmou que a inflação no Reino Unido provavelmente permanecerá acima de 9% nos próximos meses até atingir um pico ligeiramente acima de 11% em outubro, quando as contas de energia deverão subir novamente. E, antes mesmo da divulgação do índice de maio, o Banco já havia decidido, no último dia 16, elevar a taxa básica de juros pela quinta vez consecutiva, para 1,25%, em tentativa de conter a persistência da inflação alta.

Analistas consideram que o Reino Unido está em risco tanto de inflação persistentemente alta quanto de recessão, refletindo sua grande conta de energia importada e atritos contínuos relacionados ao Brexit (saída do Reino União do bloco da União Europeia) que podem prejudicar ainda mais os laços comerciais com a União Europeia.

Nesta quarta-feira, a Resolution Foundation também reforçou que o impacto do custo de vida para as famílias está sendo agravado pelo Brexit, com implicações prejudiciais a longo prazo para a produtividade e salários.

Sindicatos têm alertado sobre greves generalizadas nos próximos meses, porque o salário médio não tem acompanhado a inflação.  Aliás, nesta terça-feira (21), os ferroviários do Reino Unido iniciaram uma greve de três dias, a mais longa em 30 anos, para defender empregos e salários diante da inflação fora de controle.

Com relação à inflação na Zona do Euro, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse que ela deverá se manter perto do atual nível recorde nos próximos meses e começar a desacelerar após o verão europeu, que acaba em setembro. Sobre a alta dos juros, Guindos informou que dependerá das expectativas de inflação, mas o Banco já adiantou que planeja elevar a taxa em 0,25 ponto percentual na reunião de julho e sinalizou com mais um aumento de 0,50 p.p. em setembro.

Redação ICL Notícias
Com informações das agências

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