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PNAD Contínua: taxa de desocupação é de 9,8%. São 10,6 milhões de brasileiros desempregados

A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas é de 6,6 milhões e o número de desalentados - que já desistiram de procurar emprego - é de 4,3 milhões de pessoas
30/06/2022 | 12h18

A PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta quinta-feira (30), apontou taxa de desocupação de 9,8% no trimestre móvel de março a maio de 2022, recuo de 1,4 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022, quando o indicador ficou em 11,2%. Em comparação ao mesmo período de 2021, a Pnad Contínua houve redução de 4,9 pontos percentuais no índice de desempregados (14,7%).

Trata-se da menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em maio desde 2015, mês em que o percentual de desempregados ficou em 8,3%. A população desocupada, um contingente de 10,6 milhões de pessoas, recuou 11,5% (menos 1,4 milhão de pessoas) frente ao trimestre anterior, e 30,2% (menos 4,6 milhões de pessoas desocupadas) na comparação anual.

Um dos motivos para a queda no nível de desemprego é a baixa remuneração, ou seja, pessoas estão sendo contratadas para ganhar menos. Segundo a Pnad Contínua, o rendimento real habitual (R$ 2.613) ficou estável frente ao trimestre anterior, mas caiu 7,2% no ano.

O economista do ICL André Campedelli explica que o desemprego diminui puxado pelas categorias informais, sem carteira assinada ou sem CNPJ. “Isso também refletiu na questão da renda, que teve aumento nas categorias sem carteira assinada, enquanto o trabalhador formal acabou vendo seu rendimento médio cair em maio. A única exceção foi o trabalho por conta própria com CNPJ, que, inclusive, mostrou o maior ganho de renda média. Esses são os chamados trabalhadores pejotizados, que preferiram largar a segurança institucional do trabalho em CLT para ter maiores benefícios monetários”, completa Campedelli.

Número de trabalhadores no setor privado sem carteira assinada foi o maior da série, aponta Pnad Contínua

O contingente de pessoas ocupadas (97,5 milhões) foi recorde dentro da série iniciada em 2012, com alta de 2,4% (mais 2,3 milhões) ante o trimestre anterior, e de 10,6% (mais 9,4 milhões) em relação ao mesmo período de 2021, de acordo com dados da Pnad Contínua. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 56,4%, subiu 1,2 p.p. frente ao trimestre anterior (55,2%) e de 4,9 p.p. ante igual trimestre de 2021 (51,4%).

A taxa composta de subutilização (21,8%) caiu 1,7 ponto percentual em relação ao trimestre de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022 (23,5%) e 7,4 p.p. ante o trimestre encerrado em abril de 2021 (29,2%). É a menor taxa para o trimestre desde 2016 (20,5%).

A população subutilizada (25,4 milhões de pessoas) caiu 6,8% (menos 1,8 milhão) frente ao trimestre anterior (27,3 milhões) e 23,8% (menos 7,9 milhões) na comparação anual.

O número de pessoas dentro do grupo de subocupados, ou seja, aquelas que não trabalham em número de horas suficientes (6,6 milhões), ficou estável ante o trimestre anterior, caindo 11,1% (menos 827 mil pessoas) no ano. Já o de indivíduos fora da força de trabalho (64,8 milhões de pessoas) caiu 0,8% ante o trimestre anterior (menos 506 mil) e 4,7% (menos 3,2 milhões) na comparação anual.

O percentual de desalentados (4,3 milhões de pessoas) caiu 8,0% em relação ao trimestre anterior (menos 377 mil pessoas) e 22,6% (menos 1,3 milhão de pessoas) na comparação anual.

De modo geral, o percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,9%) caiu 0,4 p.p. frente ao trimestre anterior e 1,3 p.p. em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A PNAD Contínua também mostra que o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 35,6 milhões, subindo 2,8% (981 mil pessoas) frente ao trimestre anterior, e 12,1% (mais 3,8 milhões de pessoas) na comparação anual.

A Pnad Contínua mostra também que o número de empregados sem carteira assinada no setor privado (12,8 milhões de pessoas) foi o maior da série. Este contingente cresceu 4,3% em relação ao trimestre anterior (mais 523 mil pessoas) e 23,6% (2,4 milhões de pessoas) no ano.

PNAD Contínua revela que trabalho por conta própria mantém-se estável

O número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões de pessoas) manteve-se estável ante o trimestre anterior, mas subiu 6,4% (mais 1,5 milhão de pessoas) no ano. O mesmo aconteceu com o de trabalhadores domésticos (5,8 milhões de pessoas), que apresentou estabilidade no confronto com o trimestre anterior, subindo 20,8% (mais 995 mil pessoas) no ano.

Movimento contrário ocorreu com o número de empregadores (4,2 milhões de pessoas), que cresceu 4,1% em relação ao trimestre anterior (168 mil pessoas) e 16,2% (590 mil pessoas) na comparação anual.

O número de empregados no setor público (11,6 milhões de pessoas) cresceu 2,4% frente ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.

A taxa de informalidade foi de 40,1% da população ocupada (ou 39,1 milhões de trabalhadores informais) contra 40,2% no trimestre anterior e 39,5% no mesmo trimestre de 2021.

Em dados gerais, no trimestre móvel de março a maio de 2022, segundo a Pnad Contínua, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 108,1 milhões de pessoas, com alta de 0,8% (897 mil pessoas) frente ao trimestre de dezembro a fevereiro, e acréscimo de 4,6% (4,8 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre de 2021. Foi o maior contingente de pessoas na força de trabalho da série histórica, iniciada em 2012.

Frente ao trimestre móvel anterior, houve aumento nos seguintes grupamentos de atividades: indústria geral (2,5% ou mais 312 mil pessoas); construção (2,9% ou mais 210 mil pessoas); comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (1,5% ou mais 281 mil pessoas); transporte, armazenagem e correio (4,6% ou mais 224 mil pessoas); alojamento e alimentação (3,6% ou mais 186 mil pessoas); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (2,8% ou mais 311 mil pessoas); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,8% ou mais 466 mil pessoas); e outros serviços (3,7% ou mais 182 mil pessoas). Os demais grupamentos não tiveram variação significativa.

Ante o trimestre encerrado em maio de 2021, houve alta em: indústria geral (11,0% ou mais 1,3 milhão de pessoas); construção (13,2% ou mais 866 mil pessoas); comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (15,3% ou mais 2,5 milhões de pessoas); transporte, armazenagem e correio (14,0% ou mais 629 mil pessoas); alojamento e alimentação (26,9% ou mais 1,1 milhão de pessoas); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (4,0% ou mais 449 mil pessoas); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,6% ou mais 580 mil pessoas); outros serviços (20,7% ou mais 878 mil pessoas); e serviços domésticos (20,4% ou mais 990 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variações significativas.

Entre as posições de ocupação, ante o trimestre móvel anterior, houve aumento na categoria de empregado sem carteira de trabalho assinada (6,0% ou mais R$ 101).

As demais categorias não apresentaram variação significativa. Na comparação com o trimestre de março a maio de 2021, não houve crescimento em qualquer categoria.

Redação ICL

Com informações da Agência de Notícias do IBGE

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