A Polícia Federal cumpriu hoje 16 mandados de busca e apreensão em investigação que apura fraudes na compra de equipamentos durante a intervenção federal no Rio de Janeiro, em 2018. O sigilo telefônico do ex-interventor, general Braga Netto, foi quebrado – ele é investigado, mas não foi alvo da Operação Perfídia.
Deflagrada no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal, a operação investiga os crimes de contratação indevida, corrupção ativa e passiva, dispensa ilegal de licitação e organização criminosa.
De acordo com a PF, em 2018, o Gabinete de Intervenção Federal (GIF), sob o comando de Braga Netto, contratou a norte-americana CTU Security LLC para aquisição – com sobrepreço de mais de R$ 4,6 milhões – de 9.360 coletes balísticos.
Braga Netto foi interventor na segurança pública do Rio de Janeiro por decreto do presidente Michel Temer, em fevereiro de 2018. A intervenção ocorreu após um Carnaval violento – o governador era Luiz Fernando Pezão.
Em nota, Braga Netto informou que “os contratos GIF seguiram absolutamente todos os trâmites legais previstos na lei brasileira. Com relação a compra de coletes balísticos da empresa americana CTU Security, é preciso destacar que a suspensão do contrato foi realizada pelo próprio GIF, após avaliação de supostas irregularidades nos documentos fornecidos pela empresa”.
COOPERAÇÃO
A investigação da PF teve a cooperação da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI). A HSI descobriu o sobrepreço quando investigava o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse, em julho de 2021.
Segundo os investigadores da HSI, a CTU Security LLC era responsável pelo fornecimento de logística militar para Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano que tentava destituir Moïse.
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