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A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou ontem que surtos de doenças podem vir a matar mais do que os bombardeios israelenses à Faixa de Gaza. O alerta foi feito pela porta-voz Margaret Harris.

“Eventualmente, veremos mais pessoas morrendo de doenças do que de bombardeios se não formos capazes de reconstruir o sistema de saúde. É uma tragédia”, disse Margaret Harris.

Segundo ela, a principal preocupação é com doenças infecciosas e gastrointestinais, além de diarreias. Isso porque o sistema de saneamento de diversas regiões da Faixa de Gaza foram destruídos pelos ataques de Israel.

Margaret Harris afirmou que o número de casos de diarreia em crianças com menos de cinco anos é, hoje, 100 vezes maior do que o registrado no começo do mês. Ela também apontou que a OMS registou mais de 44 mil casos de diarreia e 70 mil infecções respiratórias agudas.

“Não há medicamentos e vacinas, e não há acesso à água potável e higiene. Faltam alimentos. É preciso incrementar o envio de ajuda humanitária ao território palestino”, acrescentou a porta-voz da OMS.

De acordo com Margaret Harris, a tendência é piorar. Com a chegada do inverno, chuvas e inundações poderão agravar ainda mais “uma situação já terrível”.

SISTEMA DE SAÚDE

Relatório da ONU aponta que apenas cinco hospitais operam de maneira parcial no Norte da Faixa de Gaza — no Sul são oito unidades. Mesmo assim, somente um deles tem recursos para realizar operações complexas e tratar casos mais graves.

“Em todo lugar, médicos estão tendo que fazer decisões horríveis sobre quem eles vão priorizar”, disse James Elder, porta-voz do Unicef. Ele acrescenta que “os corredores estão lotados com crianças com ferimentos graves e com sintomas de doenças infecciosas, e operações ocorrem muitas vezes sem anestesia”.

 

 

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