A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) informou aumento de 1,4% no litro da gasolina após 15 semanas de queda. O aumento no preço do combustível também atingiu o etanol e o diesel. Isso atrapalha os planos de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que, de maneira artificial, vinha reduzindo o preço do combustível. Agora, com o valor do barril de petróleo no mercado internacional mais alto há semanas, não foi possível segurar o aumento.
Sob pressão do governo, a Petrobras segue sem pronunciar nada em relação ao novo reajuste. Mas a ANP divulgou que o preço da gasolina subiu em 15 estados e no Distrito Federal. A maior alta, de 10,3%, ocorreu na Bahia, atendida pela privatizada Refinaria de Mataripe, que já promoveu dois reajustes desde que as cotações do petróleo começaram a subir.
A verdade é que a estatal sofre pressão do governo para segurar aumentos ao menos até a votação de segundo turno das eleições.
O ICL Economia tem informado, a cada redução de preço do combustível, que o corte no preço do litro da gasolina ou do diesel tornou-se uma bandeira política nas mãos do presidente Jair Bolsonaro até as vésperas do segundo turno. Apesar da pressão do governo, havia um limite para a contenção do preço do combustível por conta da pressão do mercado, já que a política de preços adotada pela Petrobras segue a paridade internacional.
A única refinaria privada brasileira, a Refinaria de Mataripe, vem acompanhando mais de perto a alta nas cotações internacionais e divulgou o aumento de preço. Na semana passada, as cotações internacionais dispararam após corte de dois milhões de barris por dia na produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), limitando a atuação da Petrobras na campanha eleitoral, com a redução do preço do combustível como propaganda para mais votos.
Houve grandes aumentos no preço do combustível também em outros estados das regiões Norte e Nordeste, como Tocantins (7,7%), Sergipe (6,4%), Ceará (5,7%) e Maranhão (4,4%). Em alguns casos, também reflexo das altas em Mataripe, que abastece parte da região Nordeste.
Por pressão do governo, preço do combustível ficou defasado até 12% em relação ao mercado internacional
Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem entre o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras e a paridade de importação estava em 8%, ou R$ 0,30 por litro, na abertura do mercado desta segunda-feira (17).
No caso do diesel, a defasagem era de 12%, o que significa que o preço médio brasileiro estava R$ 0,70 por litro abaixo da paridade de importação, conceito que simula quanto custaria para importar o produto dos fornecedores mais próximos.
Mas há também impacto da alta do etanol anidro, que representa 27% da gasolina vendida nos postos. Nas últimas três semanas, o produto acumula alta de 7% nas usinas de São Paulo, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP.
Apesar da alta do petróleo, a Petrobras não mexe no preço da gasolina desde o início de setembro, quando promoveu redução média de 7%. Já o preço do diesel está sem ajustes desde o último dia 19, quando houve corte de 5,8%.
Nas bombas, o preço do diesel se manteve estável em relação à semana anterior. Segundo a ANP, o combustível foi vendido, em média, a R$ 6,51 na semana passada, R$ 0,01 acima do verificado há duas semanas.
O preço médio do etanol hidratado nos postos brasileiros subiu pela segunda semana consecutiva, para R$ 3,46 por litro. O valor é 1,7% superior ao verificado pela agência há duas semanas.
De acordo com a ANP, o preço do gás de cozinha também subiu na semana passada, para R$ 110,99 por botijão de 13 quilos, alta de 0,3% em relação ao registrado na semana anterior.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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