O volume de serviços prestados no país variou 0,2% na passagem de maio para junho. Essa é a segunda taxa positiva seguida do setor, que acumula alta de 1,6% nesse período. Com isso, ele opera 12,1% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 1,5% abaixo do ápice da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), atingido em dezembro do ano passado. No primeiro semestre do ano, o setor acumula alta de 4,7%, e nos últimos 12 meses, de 6,2%. Os dados foram divulgados hoje (10) pelo IBGE.
Três das cinco atividades investigadas pela pesquisa cresceram em junho. Os serviços profissionais, administrativos e complementares (0,8%) recuperaram parte da queda (-1,2%) acumulada nos dois meses anteriores. “Entre os destaques dessa atividade estão as empresas de atividades jurídicas, as de administração de cartões de desconto e de programas de fidelidade e as de engenharia. Um fator que pode explicar esse crescimento no primeiro segmento são os ganhos de causa que eventualmente ocorrem no mesmo período em várias empresas e provocam o aumento de receita”, diz o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Com avanço de 1,9% em junho, os serviços prestados às famílias acumulam ganho de 4,1% nos últimos três meses. “O segundo maior impacto sobre o índice geral veio dessa atividade, que foi impulsionada pelo crescimento da receita de empresas de restaurantes e de espetáculos teatrais e musicais”, destaca o pesquisador.
Já os serviços de informação e comunicação (0,5%) ficaram no campo positivo pelo segundo mês seguido, acumulando alta de 1,3% no período. Esse resultado está relacionado ao bom desempenho das empresas de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na Internet e de desenvolvimento e licenciamento de softwares.
No lado negativo, os transportes variaram -0,3%, após terem avançado 2,2% no mês anterior. “Essa variação negativa é muito próxima à estabilidade. Esse resultado foi pressionado por quatro segmentos: gestão de portos e terminais, o transporte aéreo de passageiros, o transporte rodoviário coletivo de passageiros e o transporte por navegação interior de carga. No caso do aéreo de passageiro, pode estar ligado ao aumento dos preços das passagens em junho. Nem sempre essa inflação causa queda na receita das empresas, mas, em geral, há essa correlação”, pontua Lobo.
O transporte de passageiros recuou 1,2% frente a maio, enquanto o de cargas avançou 0,6% na mesma comparação. Individualmente, o transporte de cargas foi o segmento que mais impactou o resultado positivo do setor de serviços em junho. “Nesse mês, ele atinge novamente o ponto mais alto da sua série histórica. Há três fatores que explicam esse desempenho: o escoamento da produção agrícola, que está atingindo recordes de safra, o boom do comércio eletrônico, que gera uma grande demanda para o setor de transportes de cargas, e o transporte de mercadorias industriais, como os bens intermediários e os bens de capital, que operam acima do nível pré-pandemia”, destaca o gerente da pesquisa.
Além de informação e comunicação, o setor de outros serviços (-0,4%) também variou negativamente. O segmento havia avançado 0,8% em maio.
Dezesseis unidades da federação acompanharam o resultado positivo do país em junho na comparação com o mês anterior. Entre elas, os maiores impactos mais vieram de São Paulo (0,3%) e do Paraná (1,9%), seguidos por Distrito Federal (2,9%) e Minas Gerais (0,9%). Já a principal contribuição negativa veio do Rio de Janeiro (-2,4%).
Serviços avançam 4,1% frente a junho de 2022
Na comparação com junho do ano passado, o volume de serviços cresceu 4,1%, 28ª taxa positiva seguida nesse indicador. Quatro das cinco atividades se expandiram, com destaque para o setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,7%), que exerceu a principal contribuição positiva sobre o resultado geral. Esse crescimento foi relacionado, principalmente, ao aumento de receita das empresas ramos de rodoviário de carga, transporte aéreo de passageiros, armazenamento, transporte por navegação interior de carga e navegação de apoio marítimo e portuário.
As outras atividades que avançaram nessa comparação foram informação e comunicação (5,6%), profissionais, administrativos e complementares (3,5%) e serviços prestados às famílias (5,8%). O setor de outros serviços (-1,4%) foi o único com queda frente a junho do ano passado.
No primeiro semestre, volume de serviços avança 4,7%
Os serviços se expandiram 4,7% no primeiro semestre deste ano, com avanço em quatro das cinco atividades pesquisadas. A maior contribuição para esse resultado veio do setor de transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio (5,6%). Também avançaram as seguintes atividades: informação e comunicação (5,3%), serviços profissionais, administrativos e complementares (4,4%) e serviços prestados às famílias (5,8%). Já o segmento de outros serviços ficou estável (0,0%) no primeiro semestre.
“O setor de serviços neste ano reduz o seu ritmo quando comparado aos últimos dois anos. Nos transportes, que exerceram o principal impacto no acumulado, os destaques são o rodoviário de cargas, o rodoviário coletivo de passageiros e o aquaviário de cargas. A segunda maior influência veio de informação e comunicação, impulsionada pelo crescimento na receita das empresas de telecomunicações e desenvolvimento e licenciamento de softwares”, frisa Lobo.
Atividades turísticas variam -0,4% em junho
Na passagem de maio para junho, o índice de atividades turísticas variou -0,4%, após ter avançado nos dois meses anteriores, com ganho acumulado de 4,3% nesse período. O segmento de turismo se mantém acima do patamar pré-pandemia (4,9% superior ao nível registrado em fevereiro de 2020) e se encontra 2,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
Oito dos 12 locais pesquisados seguiram o resultado negativo do país. Entre eles, as maiores influências vieram do Rio de Janeiro (-1,2%) e da Bahia (-3,2%), seguidos por Goiás (-4,8%), Rio Grande do Sul (-1,9%) e Santa Catarina (-2,6%). Os principais avanços do segmento em junho foram do Distrito Federal (4,9%) e de Pernambuco (4,3%).
Mais sobre a pesquisa
A PMS produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no país, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação. Há resultados para o Brasil e todas as Unidades da Federação. Os resultados podem ser consultados no Sidra.
Esta é a quinta divulgação da nova série da pesquisa, que passou por atualizações na seleção da amostra de empresas, além de alterações metodológicas, com o objetivo de retratar mudanças econômicas na sociedade. São atualizações já previstas e implementadas periodicamente pelo IBGE. A próxima divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços será em 14 de setembro.
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