Os trabalhadores brancos tiveram rendimento por hora trabalhada 61,4% maior do que os pretos ou pardos em 2022. De acordo com dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada ontem pelo IBGE, a desigualdade ocorreu em qualquer nível de instrução.
Segundo o SIS, a população ocupada branca recebeu R$ 20 por hora. Já a parcela preta ou parda dos trabalhadores brasileiros teve rendimento de R$ 12,4/hora.
Por nível de instrução, a maior diferença (37,6%) foi registrada entre os trabalhadores com nível superior completo. Em 2022, a população branca recebeu R$ 35,30/hora, enquanto que a negra ou parda teve rendimento de R$ 25,70/hora.
Pelos dados do SIS, em média, a população ocupada branca ganhava R$ 3.273, contra R$ 1.994 da parcela preta ou parda — diferença de 64,2%.
INFORMALIDADE
A proporção de trabalhadores em ocupações informais reflete as desigualdades historicamente constituídas. Há maior proporção de pessoas pretas ou pardas em posições de empregados e trabalhadores domésticos, ambos, sem carteira de trabalho assinada.
Em 2022, 40,9% dos trabalhadores do país estavam em ocupações informais. Para as mulheres pretas ou pardas (46,8%) e os homens pretos ou pardos (46,6%), essa proporção estava acima da média. Entre as trabalhadoras de cor branca (34,5%) e os homens brancos (33,3%), essas proporções estavam abaixo da média.
ATIVIDADE ECONÔMICA
A proporção de trabalhadores pretos ou pardos é acentuada na agropecuária (62,0%), na construção (65,1%) e nos serviços domésticos (66,4%), atividades com rendimentos inferiores à média em todos os anos da série.
Por outro lado, grupamentos de atividade com rendimentos médios mais elevados, como informação, financeira, administração pública, educação, saúde e serviços sociais, têm proporcionalmente, maior presença de pessoas brancas (55,9%), contra 49,6%.
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