O caso da Braskem, em Maceió, degradando 20% da área da cidade e desalojando 60 mil pessoas de suas casas e de suas vidas, é o retrato do modus operandi da elite brasileira há séculos.
A ideia é o saque a curto prazo de todas as riquezas que pertencem à sociedade como um todo, de tal modo que meia dúzia de pessoas enriqueçam nababescamente ás custas da pobreza geral.
De resto, as catástrofes são calculadas em um arranjo de custo e benefício já que os vínculos políticos e judiciais cuidam, não só para que os saques aconteçam, mas também que fiquem impunes.
A tendência do caso da Braskem é que a Petrobras, a estatal que é a segunda maior acionista da empresa, e mais ainda o Tesouro Nacional arquem com o prejuízo.
Quem paga é gente como eu e você, caro leitor e cara leitora. Transformar dívidas privadas em públicas é o negócio da elite brasileira há séculos. A imprensa, o Judiciário e a política fazem seu papel de olhar para o outro lado.
É precisamente o que aconteceu na catástrofe da Vale em Brumadinho, onde 270 pessoas perderam as vidas e, como soubemos depois, a insegurança das barragens foi fruto de um cálculo de custo/benefício para economizar dinheiro às custas das vidas da população pobre.
Ninguém da Vale, muito menos dos bancos que a controlam, foi preso ou indiciado.
É a certeza da impunidade que permite que essas catástrofes sem igual no mundo aconteçam repetidamente entre nós.
O primeiro passo para que isso não mais ocorra é a construção de um debate nacional que permita à população perceber suas elites como a causa do atraso social e o verdadeiro criminoso que passa por cima de todo mundo impunemente.
Deixe um comentário