Os mercados mundiais operam em trajetória positiva nesta manhã de quarta-feira (7). Entre os temas que estão sendo repercutidos pelos agentes hoje está a fala do vice-governador do Banco do Japão (BoJ), Shinichi Uchida, que descartou novos aumentos de juros durante períodos de instabilidade do mercado.
Na última segunda-feira (5), o índice Nikkei, de Tóquio, despencou 12,4% repercutindo o temor de uma recessão na economia norte-americana e, também, a decisão do BoJ de aumentar as taxas de juros na semana passada. A decisão levou ao fim do chamado carry trade — no qual as pessoas tomam emprestado ienes baratos e depois os investem em outros ativos de maior rendimento, como ações de big techs listadas nos Estados Unidos.
O economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, fez uma análise sobre a situação do mercado japonês ontem (6), no ICL Notícias 1ª edição (clique aqui para ver).
No âmbito corporativo, segue a todo vapor a temporada de resultados com Disney e CVS Health antes da abertura. Resultados do Shopify e Novo Nordisk também estão previstos.
Por aqui, a sessão desta quarta-feira também está carregada de balanços, com destaque para os números trimestrais do Banco Brasil (BBAS3) e Eletrobras (ELET3;ELET6).
Na seara de indicadores, estão previstas as divulgações dos dados do IGP-DI e do fluxo cambial.
Brasil
Com a calmaria que tomou conta do mercado ontem (6), o Ibovespa sentiu alívio e fechou com alta de 0,80%, aos 126.266,70 pontos. Na máxima, chegou perto dos 127 mil, com 126,966 pontos.
A primeira notícia de ontem, bem cedo, foi que o índice Nikkei, de Tóquio, fechou o dia com alta de 10,23%, a 34.675,46 pontos, assegurando o maior ganho diário desde outubro de 2008. Com isso, o indicador recuperou parte do tombo de 12,4% de anteontem (5).
Por aqui, o Banco Central divulgou a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada na semana passada, em que o colegiado manteve a taxa básica de juros, a Selic, inalterada em 10,50% ao ano.
No documento, o Copom demonstrou maior preocupação com a recente valorização do dólar e seu possível impacto na inflação futura, afirmando que “não hesitará em aumentar a taxa de juros para garantir a convergência da inflação à meta, caso considere necessário”.
O dólar comercial também respondeu e fechou com forte queda de 1,48%, a R$ 5,65.
Europa
As bolsas europeias também operam no positivo, refletindo a calmaria que tomou conta dos mercados após o nervosismo da última segunda-feira.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,87%
DAX (Alemanha): +1,30%
CAC 40 (França): +1,59%
FTSE MIB (Itália): +1,81%
STOXX 600: +1,27%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York operam no campo positivo, refletindo o movimento de recuperação dos mercados após o colapso da segunda-feira e com as ações de tecnologia no radar.
No after hours, as ações da Super Micro Computer recuou mais de 13% depois que os lucros do quarto trimestre da empresa de servidores ficaram abaixo das estimativas dos analistas. Airbnb caiu 16% após divulgar resultados fracos no segundo trimestre.
Dow Jones Futuro: +0,79%
S&P 500 Futuro: +1,08%
Nasdaq Futuro: +1,35%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam com alta pela segunda sessão seguida, depois que o Banco do Japão prometeu não elevar as taxas de juros se os mercados financeiros estiverem instáveis.
Shanghai SE (China), +0,09%
Nikkei (Japão): +1,19%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,38%
Kospi (Coreia do Sul): +1,83%
ASX 200 (Austrália): +0,25%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com alta, ampliando os ganhos da sessão anterior, depois que dados da indústria mostraram um aumento inesperado nos estoques de petróleo bruto e gasolina dos EUA, compensando as preocupações com o fornecimento global de petróleo.
Petróleo WTI, +0,86%, a US$ 73,83 o barril
Petróleo Brent, +0,84%, a US$ 77,12 o barril
Agenda
Balanços corporativos estão no radar dos mercados nesta quarta-feira (7). Agenda de indicadores macroeconômicos esvaziada.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o projeto de lei que prevê um regime de transição para a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia está na pauta do plenário do Senado nesta quarta-feira. A sessão deliberativa inicia-se às 14h. Conforme o projeto, durante toda a transição, a folha de pagamento do 13º salário continuará integralmente desonerada. Essa transição terá duração de três anos, com início em 2025 e término em 2027. Senado e governo discutem como compensar essa desoneração. Na seara de indicadores, saem o IGP-DI e o fluxo cambial.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg
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