Praticamente todas as semanas, os economistas e apresentadores do ICL Mercado e Investimentos, Deborah Magagna e André Campedelli, desmontam o viés tendencioso do jornalismo econômico da grande mídia em relação às boas notícias da economia brasileira. Hoje (4), um dia após a divulgação do PIB brasileiro do segundo trimestre, que veio bem acima do previsto pela mediana dos analistas do mercado financeiro, não foi diferente.
O jornal Valor, por exemplo, estampou em uma reportagem o seguinte título: “PIB cresce mais que previsto e acende alerta sobre gasto fiscal”.
“Parece que tem uma roleta, tipo aquela daqueles programas infantis, com várias conjunções adversativas – mas, porém, todavia -, e eles giram [a roleta] e falam: ‘qual [conjunção] a gente vai usar hoje para dar uma notícia boa da economia brasileira? Porque tem que dar uma notícia boa da economia brasileira com uma segunda parte ruim. Eles [grande mídia] não conseguem dar só notícia boa”, ironizou Deborah.
A economista lembrou que o mercado errou bastante na previsão divulgada ontem (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Aliás, os economistas têm errado bastante nas projeções, algo comentado até mesmo pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um dos principais porta-vozes do mercado, em entrevista recente.
Segundo Deborah, a manchete do Valor, em vez de refletir um um sentimento positivo, trouxe na sequência um alerta sobre o gasto fiscal.
“O mercado está construindo a sua narrativa – como eu sempre falo, é tijolinho por tijolinho. A gente não pode esquecer disso (…). O brasileiro tem medo da palavra inflação por toda a história que a gente tem de hiperinflação dos anos 1980”, disse Debora0h. “O mercado financeiro e os veículos de comunicação não dão ponto sem nó na construção dessa narrativa”, reforçou, ao enfatizar que há pressões não muito veladas para uma alta da taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano, que é boa só para quem investe.
André Campedelli, por sua vez, avaliou editorial da Folha de S.Paulo com o título: “Só alta do PIB sem inflação é sustentável“.
Doutor em Economia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ele ironizou: “É a volta do famoso ‘PIB sem inflação sustentável’, essa invenção macroeconômica brasileira que só a Folha de S.Paulo poderia mostrar a teoria macroeconômica por trás disso, pois nunca ouvi falar desse PIB sustentável”.
Assista ao comentário completo no vídeo abaixo:
Redação ICL Economia
Com informações do ICL Mercado e Investimentos
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