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Mercados mundiais caem em dia de divulgação do relatório payroll nos EUA

Os dados do payroll estão entre os principais balizadores da política monetária dos Estados Unidos e devem influenciar diretamente a decisão do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) sobre os juros na próxima reunião, marcada para 18 de setembro.
06/09/2024 | 11h33

Os mercados mundiais caem, nesta manhã de sexta-feira (6), com os investidores aguardando a divulgação do relatório de folha de pagamentos payroll, considerado o documento mais importante do mercado de trabalho estadunidense.

Os dados do payroll estão entre os principais balizadores da política monetária dos Estados Unidos e devem influenciar diretamente a decisão do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) sobre os juros na próxima reunião, marcada para 18 de setembro.

Os analistas preveem que os dados de emprego mostrarão uma retomada nas contratações e uma leve queda na taxa de desemprego nos EUA em agosto. A projeção é de criação de 165 mil vagas.

Na véspera, a pesquisa ADP mostrou que o setor privado americano criou 99 mil postos de trabalho em agosto, abaixo dos 145 mil previstos por analistas. Já o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA ficou em 227 mil, também abaixo do esperado.

Ontem (5), as apostas para um corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros subiram para 60% enquanto a probabilidade de um ajuste maior, de 0,50 p.p., ficou em 40% pela ferramenta FedWatch do CME Group. Um mês atrás, a expectativa de redução de 0,50 p.p. era de 80% (ante 15% de chances de corte menor).

Os índices futuros dos Estados Unidos refletem, hoje, a incerteza dos investidores em relação ao tamanho do corte da taxa de juros.

A incerteza em torno da eleição presidencial dos EUA em novembro impedirá ganhos significativos para os metais, ao diminuir o apetite global por risco e possivelmente atrasar estímulos governamentais na China, de acordo com o Citigroup.

Por aqui, o Banco Central informou que dará início, a partir desta sexta-feira, a leilões diários para a rolagem de US$ 15,1 bilhões em swaps cambiais tradicionais que expiram em 1º de novembro, em um total de 302.008 contratos.

Na agenda do dia no Brasil, está prevista apenas a divulgação do IGP, pelo FGV Ibre.

Brasil

O Ibovespa emendou o segundo dia consecutivo com alta ontem (5). Desta vez, o principal indicador da Bolsa brasileira avançou 0,29%, aos 136.502,49 pontos (+391,76 pontos).

Os ganhos vieram com a Vale (VALE3), um dos pesos pesados do indicador, que subiu 0,72%, mesmo com o minério recuando à mínima de um ano na China; e dos bancos. O BB (BBAS3) ganhou 0,90%; o Bradesco (BBDC4) avançou 0,88% e Itaú Unibanco (ITUB4) valorizou 0,64%. A exceção foi o Santander (SANB11), que perdeu 0,57%.

Já o dólar comercial despencou 1,22%, a R$ 5,57. E os juros futuros (DIs) desceram por toda a curva.

Europa

As bolsas europeias também estão em trajetória negativa. O Stoxx 600 caiu quase 2,5%, seu pior desempenho desde a liquidação do início de agosto, após fechar a semana passada com alta recorde.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,33%
DAX (Alemanha): -0,47%
CAC 40 (França): -0,26%
FTSE MIB (Itália): -0,49%
STOXX 600: -0,32%

Estados Unidos

Os índices futuros de Nova York operam em queda, enquanto os investidores aguardam o relatório payroll. O consenso de Wall Street é de crescimento de 161 mil novos empregos não agrícolas em agosto e um ligeiro declínio na taxa de desemprego para 4,2%, de acordo com a Dow Jones.

Dow Jones Futuro: -0,35%
S&P 500 Futuro: -0,59%
Nasdaq Futuro: -1,03%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com perdas em sua maioria, repercutindo os gastos das famílias do Japão. Os dados mostram que as famílias japonesas gastaram 0,1% em termos reais a mais, em julho, em relação ao ano anterior. Economistas esperavam aumento de 1,2%, e uma reversão em comparação com uma queda de 1,4% em junho.

Os dados abaixo do esperado podem restringir o Banco do Japão (BOJ) de adotar uma postura mais hawkish, ou seja, de aperto monetário. No entanto, o forte crescimento salarial registrado pode contrabalançar essa tendência, oferecendo ao BOJ mais margem de manobra para ajustar sua política monetária.

Shanghai SE (China), -0,81%
Nikkei (Japão): -0,72%
Hang Seng Index (Hong Kong): fechado devido ao Tufão Yagi
Kospi (Coreia do Sul): -1,21%
ASX 200 (Austrália): +0,39%

Petróleo

Os preços do petróleo sobem no início do pregão, enquanto os investidores avaliam uma grande redução dos estoques de petróleo bruto dos EUA e um atraso nos aumentos de produção pelos produtores da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petroleo e Aliados) em relação aos dados mistos de emprego dos EUA.

Petróleo WTI, +0,69%, a US$ 69,63 o barril
Petróleo Brent, +0,65%, a US$ 73,19 o barril

Agenda

Na agenda de hoje nos Estados Unidos, é aguardada a divulgação do relatório payroll.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem (5) ter a expectativa de fechar um acordo até o começo de outubro com Samarco e suas sócias, Vale (VALE3) e BHP, para reparação e compensação pelos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho (MG). Em entrevista à Rádio Vitoriosa de Uberlândia, o presidente frisou que o acerto deverá levantar recursos para “recuperar o que foi estragado, para cuidar do povo”. “Até o começo de outubro a gente vai resolver a questão do acordo com a Vale para resolver o problema de Mariana e de Brumadinho”, disse o presidente à rádio. “É uma coisa que se arrasta há dez anos. Vários compromissos, várias tentativas de fazer acordo, várias decisões judiciais… e a Vale não cumpre. Agora vai ter que cumprir”, disse. Na agenda de hoje, saem os dados do IGP.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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