A economia da Argentina recuou 1,7% no segundo trimestre do ano ante os três meses imediatamente anteriores, segundo dados do instituto de estatísticas do país (INDEC), divulgados ontem (18). Os números aprofundam a recessão do país.
Em seis meses, o PIB (Produto Interno Bruto) acumula queda de 3,4%. Assim, o país vizinho ao Brasil, comandado pelo economista de ultradireita Javier Milei, se mantém há três trimestres consecutivos no vermelho.
Os setores que mais recuaram foram a construção, indústria manufatureira e comércio, enquanto a atividade agrícola mostrou recuperação.
O PIB argentino também caiu 1,7% no comparativo anual, mais do que o 1,4% previsto por analistas.
Desde que assumiu a presidência, em dezembro passado, Milei anunciou uma série de medidas que impuseram sofrimento à camada mais pobre da população e que tem levado o país a aprofundar sua recessão.
Há mais gente passando fome no país devido ao aumento dos preços dos alimentos e ao sucateamento de programas estatais que visavam a minorar os impactos da inflação argentina na camada mais pobre da população.
Situação só não foi pior na Argentina porque o setor agrícola ajudou
O recuo da economia no país vizinho ao Brasil só não foi pior porque o setor agrícola contribuiu com bons número. O segmento registrou crescimento de 81,2% em relação ao ano anterior, enquanto a pesca cresceu 41,3%.
Por outro lado, a construção civil caiu 22,2%, a manufatura encolheu 17,4% e a atividade varejista, 15,7%, segundo o Indec.
Além disso, o consumo e o investimento privado caíram, assim como os serviços financeiros, imobiliários, hotéis e restaurantes.
No primeiro trimestre deste ano, o PIB da Argentina recuou 5,1% e o país entrou em recessão técnica (dois períodos consecutivos de contração do PIB na comparação trimestral). Em 2023, a economia encerrou o ano com contração de 1,6%.
A Argentina tem a inflação mais alta do mundo. O aumento de preços nos 12 meses encerrados em agosto foi de 236,7%, um dos níveis mais altos do mundo. O acumulado nos primeiros oito meses do ano atingiu, por sua vez, 94,8%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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