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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quarta-feira (6), que as reuniões internas do governo para fechar o pacote de cortes de gastos terminaram. Contudo, ele disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai apresentar as propostas primeiro aos chefes do Legislativo antes de torná-las públicas.

Ministros de diversas áreas que podem ser afetadas pelos cortes se reuniram na segunda e na terça-feira (4 e 5) para discutir o tema.

Ontem, o presidente Lula reiterou seu discurso de que educação é investimento e não gasto. “Desde minha primeira reunião como presidente em 2003, [eu disse] nesse governo vai ser proibido utilizar a palavra gasto quando a gente falar em educação. Educação é investimento e investimento de mais retorno que um país pode ter. Nada, nada pode dar mais retorno que educação”, afirmou.

Isso porque os pisos constitucionais da saúde e da educação estavam na mira da equipe econômica.

O governo está sendo pressionado pelo mercado financeiro a apresentar uma lista de cortes de gastos com o objetivo de manter o arcabouço fiscal, regras que limitam o crescimento das contas públicas.

Haddad disse hoje que, após as reuniões, o próximo passo é conversar com o presidente Lula sobre as propostas. “A partir da devolutiva, Lula encaminha endereçamento ao Congresso”, disse.

Ele acrescentou que o presidente possivelmente conversará com a cúpula do Congresso Nacional sobre o assunto.

Haddad, que viajaria para a Europa na segunda-feira, ficou no Brasil a pedido de Lula para avaliar as ações do governo de cortes de despesas frente ao momento de pressão inflacionária e alta do dólar.

A cotação da moeda disparou na segunda-feira, mas, como explicou o economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, a disparada ocorreu muito mais em função das eleições presidenciais nos Estados Unidos do que pelo cenário interno.

Haddad sobre vitória de Trump: “dia amanheceu mais tenso”

O ministro da Fazenda também comentou hoje a vitória do republicano Donald Trump à Presidência dos EUA. Segundo Haddad, o dia “amanheceu mais tenso” com a vitória dele, que é um representante da extrema direita.

Porém, Haddad pontuou que há uma distância entre discursos de campanha e o que efetivamente será feito na economia.

“Na campanha, foram ditas muitas coisas que causam a apreensão não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Causam apreensão nos mercados emergentes, causam apreensão nos países endividados, na Europa. Então, o dia amanheceu, no mundo, mais tenso em função do que foi dito na campanha”, argumentou.

“Mas entre o que foi dito e o que vai ser feito — pois isso já aconteceu no passado —, as coisas, às vezes, não se traduzem da maneira como foram anunciadas, e o discurso pós-vitória oficiosa, não é oficial ainda, mas após os primeiros resultados, já é um discurso mais moderado do que o da campanha”, emendou o ministro.

Trump, de 78 anos, venceu as eleições realizadas ontem (5) em uma vitória acachapante contra a vice-presidente democrata Kamala Harris.

Ele precisava conquistar 270 delegados no colégio eleitora, porém, garantiu 279 delegados até o fechamento deste texto.

A vitória foi anunciada por volta das 7h30 de hoje, após ele garantir os 270 delegados necessários. Diversos líderes mundiais, incluindo o presidente Lula, e personalidades já o cumprimentaram pela vitória.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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