O céu do estado do Pará está coberto por fumaça, com uma fuligem resultado das queimadas, a maioria ligadas ao desmatamento ilegal na Amazônia. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado lidera os focos de queimadas este ano.
A crise da fumaça no Pará ocorre a menos de um ano da conferência mundial do clima, a COP30, que será realizada na capital, Belém. O estado está em situação de emergência por causa dos incêndios, com cidades enfrentando um aumento no número de doenças respiratórias.
Incêndios
O fogo, segundo dados do Inpe, começou no estado em julho e, desde então, permanece acima da média histórica mensal registrada desde 1998. Foram contabilizados 53 mil focos de incêndio, o maior número no país neste ano. O Inpe estima que a nuvem de fumaça que vem do estado hoje tenha uma extensão de cerca de 2 milhões de km².
O ano de 2024 foi marcado pelo fogo e pela fumaça que sufocaram cidades em todo o país, sobretudo entre agosto e setembro. Atualmente, a fumaça continua se espalhando, embora esteja menos perceptível.
No último ano, os índices de desmate no bioma vêm caindo, mas estão longe de chegar a zero — meta do governo Lula para 2030. Em 2025, o Brasil será sede da Conferência do Clima, encontro do órgão supremo da ONU sobre mudanças climáticas, que acontecerá em Belém (PA).
Fumaça no Pará
A fumaça que encobre o céu do estado do Pará se deve, principalmente, ao desmatamento ilegal, no qual o estado também lidera. Os números se refletem em uma mancha de fumaça que tem coberto as cidades na região. Em Santarém, a prefeitura decretou estado de emergência devido à baixa qualidade do ar.
A fuligem que cobre a cidade não é só de incêndios locais, mas de fogo de outras áreas, mas que a nuvem cinza vem arrastada pelo vento. O Pará é um dos maiores estados do país, com uma grande área de floresta, o que dificulta o combate às chamas.
Em setembro a Força Nacional foi mobilizada para apoiar o combate às chamas em seis estados, incluindo o Pará, mas o reforço não se manteve. Em nota enviada ao G1, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que, em 2024, o “governo federal mobilizou mais de 1.700 profissionais, disponibilizou 11 aeronaves, mais de 20 embarcações e mais de 300 viaturas, além de combater 578 incêndios de grandes proporções”.
Ainda segundo o ministério, com a retomada da fiscalização ambiental, houve queda de 30,63% no ritmo de desmatamento na Amazônia de agosto de 2023 a julho de 2024.
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