Por Marco Antônio Stivanelli —Tempo Real RJ
A Prefeitura do Rio apresentou no domingo (8) um plano ambicioso para transformar a região do Sambódromo, com inspiração na revitalização da Zona Portuária — o Porto Maravilha. O projeto inclui a demolição do Elevado 31 de março, a criação de um túnel sob a linha férrea, novos parques, prédios residenciais, museu do samba, sala de espetáculos e ampla reforma da Passarela do Samba.
Para Eduardo Paes (PSD), é hora de “pensar grande”. “Acabou o feijão com arroz, vamos voltar a derrubar viaduto, trazer os Brics, os Jogos Pan-Americanos, e, se o G20 quiser, a gente bota aqui de novo. Vamos voltar a fazer do Rio o centro do mundo”, discursou o prefeito, em tom otimista que já virou sua marca.
O Sambódromo ganhará uma estrutura de logística atrás de cada módulo de arquibancada (exceto nos de número quatro e seis). Essa nova configuração permitirá, por exemplo, que cada um possa ser alugado independentemente para a realização de eventos culturais, festivos, de negócios, durante todo o ano.
Outro ponto é o “Caminho das Lanternas”, um parque linear que promete conectar regiões centrais como a Zona Portuária, Complexo da Leopoldina e o Sambódromo.
Sambódromo 2.0
Para viabilizar o projeto, será necessário demolir o Elevado 31 de março em toda a sua extensão, desde a entrada do Santo Cristo até o túnel Santa Bárbara. Sem o viaduto, que liga o Centro à Zona Sul, uma área equivalente a 700 mil metros quadrados ficará livre para a implementação do ‘Sambódromo 2.0’.
O plano prevê financiar a transformação do espaço com a venda do potencial construtivo da área liberada. Mas a modelagem dessa operação urbana consorciada — peça-chave para tirar o projeto do papel — ainda está em aberto. Em um mercado imobiliário longe da sua melhor fase, a atratividade e viabilidade econômica do projeto levanta dúvidas.
“Essa é uma obra ambiciosa que nasce com um histórico de credibilidade, por causa do sucesso que o prefeito conseguiu mostrar com a revitalização do Porto Maravilha”, afirmou Eduardo Cavaliere, vice-prefeito eleito.
A comparação de Cavaliere, embora tentadora, também levanta questionamentos. O projeto na Zona Portuária trouxe uma revitalização visível, mas não sem percalços: problemas de financiamento, subutilização de áreas revitalizadas e promessas que ainda aguardam cumprimento marcaram o projeto.
Enquanto as imagens virtuais impressionam e a ideia de modernizar a área agrada, detalhes fundamentais ainda não foram anunciados, como: datas, cronograma de execução das obras, fontes de financiamento confirmadas e garantias de que a infraestrutura urbana e os moradores do entorno serão realmente beneficiados.
Segundo informações de O Globo, o Executivo deve encaminhar o texto do projeto para apreciação– e possíveis mudanças — à Câmara do Rio já em 2025.
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