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Governador da Pensilvânia critica onda de elogios a suspeito de assassinar CEO de seguradora

Suspeito foi encontrado com uma arma, identidades falsas e um manifesto crítico às empresas de saúde
10/12/2024 | 11h43

O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, criticou Luigi Mangione, o rapaz suspeito do assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson. Shapiro disse que não é matando as pessoas que se resolvem as diferenças, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (9). “Na América, não matamos pessoas a sangue-frio para resolver diferenças políticas ou expressar um ponto de vista”, disse o governador.

A polícia da Pensilvânia prendeu Luigi Angioni, de 26 anos, nesta segunda-feira (9), por suspeita do assassinato de Thompson, ocorrido na quarta-feira (4), em Nova Iorque. Com Angioni, foram encontrados uma arma semelhante à utilizada no crime, um silenciador, identidades falsas e um manifesto manuscrito que criticava empresas de saúde por priorizarem lucros em detrimento do cuidado com os pacientes, conforme divulgado pela Jessica Tisch supervisora da polícia de Nova Iorque.

Angioni foi localizado em um restaurante McDonald’s na cidade de Altoona, por volta das 9h15, após uma denúncia anônima de um trabalhador. Ele apresentou à polícia uma identificação falsa de Nova Jersey, a mesma que teria sido usada pelo atirador ao se hospedar em um albergue no Upper West Side de Manhattan em 24 de novembro. A arma apreendida, conhecida como “arma fantasma”, foi montada a partir de peças compradas online, o que dificulta sua rastreabilidade.

O governador Shapiro rechaçou os elogios que Mangione recebeu por assassinar Thompson. “Ele não é um herói. O verdadeiro herói nesta história é a pessoa que ligou para a polícia no McDonald’s esta manhã”, acrescentou.

O Instituto de Pesquisa sobre Contágio em Rede aponta que postagens contendo elogios ao assassino ou contrárias a Thompson tiveram dezenas de milhões de impressões. Das dez postagens sobre o caso com o maior número de interações, seis expressaram apoio explícito ou implícito ao assassinato, ou renegaram a vítima.

Uma das publicações mais visualizadas comentava o caso com a pergunta: “Estamos começando agora então?”. Uma outra fazia uma pergunta ao assassino, questionando se “ele sabia que existem outros CEOs”. Um usuário chegou a fazer uma lista de “procurados” com os rostos e cargos dos diretores das principais seguradoras e empresas farmacêuticas dos Estados Unidos.

UnitedHealthcare é a seguradora de saúde que tem mais respostas negativas aos pedidos de pacientes. Um levantamento publicado pela Forbes e pelo Boston Globe mostra que a UnitedHealthcare nega 32% dos pedidos de seus pacientes. A média nacional dos Estados Unidos é de 16%.

CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson

A polícia acredita que Angioni deixou Nova Iorque de ônibus logo após o ataque a Brian Thompson, que ocorreu do lado de fora de um hotel em Midtown durante a conferência anual de investidores de sua empresa. Thompson foi alvejado em uma área movimentada próxima ao Radio City Music Hall, gerando comoção nacional.

As investigações apontam que Angioni chegou a Nova Iorque dez dias antes do crime, também utilizando um ônibus Greyhound. Ele repetiu o mesmo padrão de viagem para chegar a Altoona após o ataque. As autoridades solicitaram à empresa de transporte a lista de passageiros para identificar possíveis nomes relacionados às identidades falsas encontradas com o suspeito.

De acordo com o chefe dos detetives, o ônibus que levou Angioni para Altoona saiu de Atlanta e fez várias paradas ao longo do trajeto. No entanto, como os passageiros não foram obrigados a apresentar documentos ao embarcar, a identificação exata de Angioni depende das evidências colhidas. A polícia também está analisando informações de um celular encontrado na rota de fuga.

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