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Ato contra morte de crianças atingidas por tiros no RJ ocupa areia da Praia de Copacabana

Fotos das vítimas, muitas mortas em operações policiais ou em troca de tiros entre criminosos, foram espalhadas na orla
18/12/2024 | 12h47

A ONG Rio de Paz realizou na manhã desta quarta-feira (18), nas areias da Praia de Copacabana, em frente ao Copacabana Palace, um ato contra a violência e morte de crianças e adolescentes no estado Rio de Janeiro, muitas atingidas em operações policiais ou em troca de tiros entre criminosos (traficantes e milicianos). Familiares das crianças também participaram da ação.

“Governos federal e estadual, como será o Natal das famílias dessas crianças?”, perguntava uma das faixas da manifestação estendida na areia. Próximo à faixa, foram espalhadas fotos de 48 crianças vítimas de operações policiais ou troca de tiros entre criminosos, durante o governo de Cláudio Castro. Entre as imagens, foi colocada uma árvore de Natal com bolas com cruzes.

Vanessa Freitas Moreira, mãe de João Vítor Moreira dos Santos, que morreu em 2020 aos 14 anos depois de atingido por uma bala perdida, na comunidade de Vila Kosmos, soube da manifestação pela TV e foi até o local para ficar próxima à foto do filho.

“Achei que se não viesse ele ia estar aqui sozinho”, disse Vanessa. “Infelizmente eu não fui para a escola para ver ele se formar, mas eu vim aqui homenageá-lo”.

Vanessa Freitas Moreira, mãe de João Vítor Moreira dos Santos, que morreu aos 14 anos depois de atingido por uma bala perdida, há 4 anos, chora à frente da foto do filho(Rafael Henrique Brito/Ong Rio de Paz)

O ato cobra dos governos federal e estadual um projeto de segurança pública e uma meta para a redução desses homicídios, além de um plano de combate ao tráfico de arma e munição no Rio.

Desde 2007 a ONG acompanha o assassinato de crianças e adolescentes no estado, que em 17 anos já acumulou 115 mortes.

Ato lembra 48 crianças assassinadas entre 2020 e 2024

De acordo com a Rio de Paz, de 2020 a 2024, 48 meninos e meninas foram assassinados no estado. Das 48 vítimas, 37 foram mortas por balas perdidas, enquanto as outras 11 foram alvos de execução em várias circunstâncias, algumas delas envolvendo policiais.

“Qual nação livre e desenvolvida conseguiria conviver com uma estatística como essa? Estamos perante um escândalo, fruto da insistência em políticas de segurança pública catastróficas, caracterizadas pela tentativa de fazer sempre as mesmas coisas na expectativa irracional de colher resultados diferentes”, afirma o fundador da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa. “Como nos calarmos perante tamanha hediondez? Meninos e meninas pobres estão morrendo. Como será o Natal das famílias dessas vítimas da barbárie?”, questiona ele.

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