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O ingresso líquido de investimento estrangeiro direto (IDP) somou US$ 7,0 bilhões em novembro de 2024, ante US$ 6,7 bilhões no mesmo período de 2023, conforme o Balanço de Pagamentos do setor externo divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central.

No mês passado, houve ingressos líquidos de US$ 6,9 bilhões em participação no capital e de US$ 64 milhões em operações intercompanhia.

Os ingressos líquidos de IDP acumulados em 12 meses encerrados em novembro totalizaram US$ 66,3 bilhões, o equivalente a 3% do PIB (Produto Interno Bruto), ante US$ 66 bilhões (2,97% do PIB) no mês anterior e US$ 64 bilhões (2,95% do PIB) em novembro de 2023.

Já os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$ 5 bilhões em novembro de 2024, compostos por ingressos líquidos de US$ 5,5 bilhões em títulos de dívida e saídas líquidas de US$ 532 milhões em ações e fundos de investimento.

Nos doze meses encerrados em novembro de 2024, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 8,2 bilhões.

Investimento estrangeiro e reservas internacionais

Nesse contexto, as reservas internacionais somaram US$ 363 bilhões em novembro de 2024, redução de US$ 3,1 bilhões em relação ao mês anterior.

Entre os fatores que contribuíram para reduzir o estoque de reservas está a concessão de linhas com recompra, de US$ 4,0 bilhões, e as variações por paridades, US$ 1,5 bilhão.

Por outro lado, as variações por preços e as receitas de juros contribuíram para elevar o estoque em US$ 1,2 bilhão e US$ 736 milhões, respectivamente.

Lembrando que, em dezembro, o Banco Central realizou leilões de dólares por pelo menos cinco dias para conter o avanço da moeda norte-americana, que superou a marca dos R$ 6, chegando a bater em R$ 6,30 na última quinta-feira.

Na ocasião, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a autarquia “tem muita reserva [internacional, acima de US$ 350 bilhões] e vai atuar [no câmbio] se for necessário”.

Déficit

O Balanço de Pagamentos do setor externo também aponta que o Brasil teve déficit de US$ 3,060 bilhões na conta corrente em novembro. Segundo o Estadão Broadcast, todas as previsões eram de um resultado negativo, de US$ 8,368 bilhões a US$ 1,5 bilhão.

Por outro lado, o déficit de novembro foi o maior para o mês desde 2021, quando as transações correntes tiveram saldo negativo de US$ 7,935 bilhões. Em novembro de 2023, o resultado das transações correntes foi deficitário em US$ 2,7 milhões.

A balança comercial, por sua vez, teve superávit de US$ 6,327 bilhões no período, segundo a metodologia do BC. A conta de serviços teve déficit de US$ 4,664 bilhões, enquanto a conta de renda primária ficou negativa em US$ 4,974 bilhões. A conta financeira teve déficit de US$ 4,366 bilhões.

O déficit da conta corrente soma US$ 46,830 bilhões de janeiro a novembro de 2024, e US$ 52,417 bilhões em 12 meses – o equivalente a 2,37% do PIB. Esta relação é a maior desde outubro de 2022 (2,56%).

O BC espera um déficit de US$ 54 bilhões na conta corrente este ano, equivalente a 2,5% do PIB, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A projeção para 2025 é de um déficit de US$ 58 bilhões, ou 2,7% do PIB.

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