A escalada da violência na Bahia faz mais uma vítima. O PSOL decidiu romper oficialmente com o governo de Jerônimo Rodrigues (PT) e determinou que membros do partido entreguem quaisquer cargos ocupados na administração estadual. A decisão foi anunciada no domingo (17/09), durante o 8º Congresso Estadual, realizado em Salvador.
De acordo com o diretório estadual, a decisão visa retomar postura de independência, uma vez que o Conselho Político do Governo é “um espaço artificial, criado para transmitir uma aparência democrática, mas que não significou nenhum avanço político em pontos cruciais para a melhoria de vida da população”.
Na redes sociais, o deputado estadual Hilton Coelho informou que “a decisão da militância retoma postura de independência que se alinha com a história do partido, pois ainda que a gente tenha contribuído com a eleição desse governo para evitar o retorno do carlismo, não pactuamos com sua política ambiental, com a política de segurança de extermínio da população negra e com os ataques constantes aos serviços e servidores públicos”.
Com a decisão, aqueles que estiveram em cargos de confiança no governo estadual, devem entregar carta de renúncia ou perdir afastamento do partido. Em caso de descumprimento da resolução congressual, o filiado será suspenso pelo PSOL.
O Estado da Bahia vive uma escalada de violência desde o começo de 2023, com tiroteios e assassinatos nas periferias de Salvador e cidades da Região Metropolitana da capital. No última sexta-feira (15/09), o policial federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida foi morto durante operação no bairro de Valéria. Outros quatro homens morreram no confronto e dois policiais ficaram feridos.
No sábado (16/09), a Polícia Civil confirmou a morte de outros dois suspeitos de ter participado do confronto que resultou na morte do policial federal. Já no domingo (17/09), quatro homens foram mortos em troca de tiros com policiais.
Números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que a Bahia teve 6.659 mortes violentas intencionais em 2022. O total engloba os homicídios dolosos, lesões corporais que terminam em óbitos, latrocínios, assassinatos de policiais e aqueles cometidos por agentes do Estado.
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