A Superintendência do Patrimônio da União no Ceará (SPU-CA) aprovou ontem a construção da usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza. A aprovação, no entanto, contraria recomendação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que alega riscos de comprometer o funcionamento da internet no Brasil.
“A nova distância — 567 metros — é suficiente para superar a exigência de afastamento proposto pelo Comitê Internacional de Proteção de Cabos (ICPC), que recomenda uma separação padrão de pelo menos 500 metros”, informou o SPU-CA.
A Anatel, contudo, expressa preocupações sobre possíveis riscos não considerados. A agência afirma que a aprovação do projeto “não trata das 11 recomendações do International Cable Protection Committee (ICPC).
RISCO
Segundo a Anatel, a Praia do Futuro é estratégica e recebe 17 de cabos de fibra ótica de oito empresas. Um dos pontos mais próximos da Europa, a região é o lugar que primeiro recebe cabos de fibra ótica do continente.
Da capital cearense, os cabos seguem para o Rio de Janeiro, São Paulo e países da América Latina. Segundo a Anatel, se rompidos no Ceará, o serviço de internet pode ser afetado em todo o continente, deixando usuários off-line ou com internet lenta.
“Os cabos submarinos são infraestrutura essencial ao funcionamento das telecomunicações e da internet no Brasil e também para o fluxo de informações entre os continentes sul-americano, africano, europeu e norte-americano, ligados diretamente a partir de Fortaleza”, informa a Anatel.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), estatal responsável pelo projeto da usina, junto com a da concessionária Águas de Fortaleza, afirma que a usina “não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos localizados na Praia do Futuro”.
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