O secretário-Executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, afirmou que o miliciano Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do Rio de Janeiro, “tem muito a dizer”. A informação foi dada durante entrevista à Globonews.
“Ele tem muito a dizer. Nenhuma milícia consegue se estabelecer e dominar um território de cerca de 1/3 da cidade do RIo de Janeiro sem conexões poderosas. A prisão do Zinho não é um fim, é parte de um processo que está em curso. Não se encerra investigações com a prisão dele”, disse Capelli.
O secretário informou ainda que Zinho não se entregou “de bom grado” à Polícia Federal. Segundo Capelli, o miliciano sabe que corria risco de morrer. “Ele percebeu que a melhor alternativa para preservar a vida dele era se entregar”, acrescentou.
De acordo com Capelli, as investigações visam agora apurar as movimentações financeiras da quadrilha. O secretário afirmou que o esquema bilionário vai ser alvo de apuração no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). “Esses bilhões não circulam em malas”, concluiu.
Segundo Capelli, a prisão de líderes do crime organizado “é importante, mas não encerra o desmonte da organização criminosa”. “Para encerrar, é preciso desvendar todo o mecanismo de financiamento, de opressão, de apoio, de sustentação. Toda a estrutura mafiosa dessas milícias que precisa ser desmontada para o bem do Rio de Janeiro, para o bem do Brasil”, garantiu.
Zinho se entregou à Polícia Federal no fim da tarde de domingo (24). Ele assumiu em 2021 o grupo miliciano de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste, dois meses após a morte do antigochefe, seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko. Com 12 mandados de prisão contra si, Zinho estava foragido desde 2018.
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