O mercado ilegal de cigarros, principal mercadoria contrabandeada do Paraguai para o Brasil, fez o país deixar de arrecadar cerca de R$ 94,4 bilhões em impostos nos últimos 11 anos.
Atualmente, o consumo de cigarro ilegal corresponde responde por 4 em cada 10 maços no Brasil. Além dos produtos importados ilegalmente do Paraguai, o mercado paralelo também é alimentado por produtos fabricados por empresas brasileiras que não pagam impostos. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
Segundo dados do FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria), os cigarros contrabandeados representaram 33% do mercado em 2022, enquanto os fabricados no Brasil e que sonegam impostos somam outros 8%.
Em 2018, esses dois grupos de cigarros responderam por 54% do mercado, índice que subiu para 57% no ano seguinte —maior percentual da série histórica desde 2012.
Um dos movimentos para a queda recente nos números foi o fechamento de fábricas ilegais no Paraguai durante o período da pandemia de Covid-19. Os cigarros ilegais representaram 49% em 2020, 48% em 2021 e chegaram aos 41% no ano passado.
Ainda segundo o FNCP, a evasão provocada pelo contrabando foi de R$ 8,3 bilhões somente no ano passado, para uma arrecadação de impostos que chegou a R$ 15,9 bilhões. No ano recorde de participação estrangeira no mercado interno, 2019, o montante chegou a R$ 12,7 bilhões de evasão (R$ 16,26 bilhões, corrigidos pela inflação).
Entre as cinco marcas de cigarro mais vendidas no Brasil, segundo o Ipec Inteligência, duas são paraguaias: Eight, com estimados 12% do mercado, foi a segunda mais comercializada, enquanto Gift ficou na quarta posição, com 9%.
Eight tem forte penetração principalmente em São Paulo, com 32% do mercado, e no Paraná, com 20%. Outras marcas paraguaias facilmente encontradas no mercado brasileiro são Bill, Fox, Euro, San Marino, Palermo, Record, Meridian e Vila Rica.
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