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Rosângela Moro mentiu em relatório para ir com marido à Argentina, afirma site

Reportagem do DCM afirma que deputada federal e esposa do senador Sergio Moro não participou de evento no qual disse que seria palestrante
03/01/2024 | 15h31

Para acompanhar o marido à Argentina, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP) apresentou informações falsas em relatório de viagem entregue à mesa diretora da Câmara dos Deputados. É o que afirma reportagem de Vinicius Segalla, no site Diário do Centro do Mundo (DCM). Segundo a publicação, a esposa do ex-juiz federal e senador Sergio Moro (União-PR) alegou ter ido palestrar em um evento do qual, na verdade, não participou. Os custos da viagem foram pagos com dinheiro público.

Segundo o DCM, a viagem a Buenos Aires, capital da Argentina, ocorreu em setembro do ano passado. No mês seguinte, Rosângela Moro apresentou o relatório à Câmara. Na ocasião, o ex-juiz da Lava Jato participava de um encontro de políticos de direita da América Latina, protagonizado pelo ex-presidente argentino Mauricio Macri (2015-2019).

A Câmara dos Deputados tem uma norma que regulamenta as viagens em missões oficiais dos membros da Casa. A regra estabelece que o deputado que viaja em missão oficial tem as despesas pagas pela Câmara. Alegando ser uma missão oficial, o DCM afirma que Rosângela Moro entregou à Câmara um pedido de custeio da ida a Buenos Aires.

Na versão da deputada, ela participou do mesmo fórum que Sergio Moro. Rosângela justificou ter ido como representante da Câmara e pediu a data da passagem de volta para o dia 24 de outubro, um mês após o término do evento. No entanto, segundo a reportagem, na realidade a deputada não era uma das participantes do evento.

O evento

O compromisso, diz a publicação, era de Moro. O “II Encontro do Grupo Liberdade e Democracia” foi um ciclo de palestras promovido pelos grupos de direita “Fundación Libertad” e “Libertad y Democracia”. Ao contrário de Moro, a deputada federal não foi uma das oradoras, diz o DCM. A lista de participantes, obtida pela reportagem, não tem o nome da parlamentar.

O senador Sergio Moro participou da mesa sobre “Combate ao crime organizado e fortalecimento da segurança do cidadão”, na tarde do dia 22 de setembro. Ao discursar, Moro chegou a dizer que toda a delegação brasileira foi convidada por ele.

“Quero fazer um cumprimento especial à delegação brasileira. Na última vez, eu vim sozinho, mas desta vez consegui trazer, chamei, convidei, temos aqui o senador Girão, a senadora Tereza Cristina, que foi a melhor ministra da Agricultura que tivemos na história. Cumprimento também ao governador Ronaldo Caiado, que tem se empenhado no enfrentamento da Segurança Pública”, disse o senador.

Possíveis sanções e outros casos

O DCM detalha que um deputado apresentar informações falsas a um órgão oficial para, supostamente, obter vantagens econômicas indevidas pode gerar um processo de cassação de mandato por quebra de decoro. Também configura, em tese, ato de improbidade administrativa.

A publicação também lembra que não é a primeira vez que alguém ligado a Sergio Moro tem viagem custeada pelos cofres públicos. Em maio do ano passado, o estudante de Direito Lucas Dorini Sabbato, que era assessor parlamentar do senador, foi exonerado do cargo no gabinete do parlamentar, por meio do qual recebia R$ 29,5 mil por mês. O caso também foi revelado pelo DCM.

O desligamento ocorreu depois que o ex-juiz de Curitiba levou o ex-assessor como acompanhante a uma viagem “a passeio” a Maringá (PR). Tudo bancado com dinheiro público. A saída de Sabbato consta que a exoneração foi “a pedido”, ou seja, ele mesmo teria solicitado ser desligado.

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