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Oitocentos e sete dias depois da invasão de uma multidão de vândalos às sedes dos três Poderes, em Brasília, o Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar personagens apontados como planejadores, incentivadores e executores de uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
A ação da horda que no 8 de janeiro de 2023 danificou os prédios e móveis, desafiou a segurança e atacou a polícia, serviria como pretexto para que, diante de um impasse institucional, militares assumissem o poder, derrotando a democracia.

Ataque do dia 8 de janeiro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Não deu certo: as instituições democráticas resistiram e o presidente Lula pôde continuar a exercer seu mandato, conforme a decisão da maioria dos eleitores.
Nesta terça-feira 25, o STF passa a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o núcleo principal, que inclui 34 pessoas, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro. Se a tese for aceita pela Primeira Turma, Bolsonaro e seus apoiadores serão oficialmente réus por da tentativa de golpe.
A situação de cada investigado neste primeiro grupo será analisada individualmente. São eles:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente.
- Alexandre Ramagem Rodrigues, deputado federal (PL-RJ) e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha.
- Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça.
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
- Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa.
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa.
O principais juristas do país avaliam que a denúncia deverá ser aceita e os acusados deverão se tornar réus no processo histórico que poderá levá-los à prisão.
Que os ministros do STF sejam justos na avaliação dos fatos, mas que, comprovados os crimes, que os responsáveis pela tentativa de golpe sejam exemplarmente punidos.
A impunidade em um episódio desta gravidade representaria incentivo para que os golpistas voltassem a tentar subjugar as instituições.
Nesse momento em que o mundo vive a ameaça de políticos autocratas, essa pode ser a oportunidade de a democracia brasileira dar uma importante demostração de força.
Que o Brasil seja um dos pontos de resistência ao autoritarismo.
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