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Por Igor Mello
O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Cesar Vilardi, centrou sua sustentação oral no julgamento da admissibilidade da denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado em ataques à delação premiada de Mauro Cid. Na visão da defesa, a colaboração deve ser considerada nula. O presidente acompanha pessoalmente a audiência na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).
No entanto, o advogado silenciou sobre as principais provas contra o ex-presidente: os depoimentos dos comandantes do Exército e da Aeronáutica e a edição de uma minuta golpistas, discutida com eles.
Segundo Vilardi, a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) não tem provas contra Bolsonaro: “O que se achou com o presidente? Absolutamente nada”.
“Segundo a PF, ele mentiu, omitiu e se contradisse. E então há uma audiência para que ele tivesse a oportunidade de se corrigir. Mas aí, com todo respeito, há uma inversão. Porque não foi o Estado que foi buscar as provas de corroboração dele. O Estado trouxe os indícios e ele se adequa aos indícios trazidos pelo Estado. É completamente o inverso”, sustentou o advogado.
Bolsonaro foi incriminado por comandantes militares
A informação de que Bolsonaro discutiu e editou uma minuta que formalizaria o golpe de Estado e a apresentou ao comando das três Forças Armadas veio dos depoimentos de dois deles: o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, e do tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, então comandante da Aeronáutica.
A PF também apreendeu um discurso que anunciaria o golpe na sala de Bolsonaro na sede do PL, em Brasília. Vilardi negou que o documento pertencesse ao ex-presidente.
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