O almirante Almir Garnier Santos, que foi comandante da Marinha no governo de Jair Bolsonaro e teve o nome citado como apoiador do golpe na delação de Mauro Cid, sempre se mostrou mais alinhado com as posições de confronto com as instituições, defendidas pelo ex-presidente.
Em maio de 2022, ele deu entrevista ao jornal O Povo, do Ceará, apoiando a proposta de auditoria privada nas urnas eletrônicas, que era uma das reivindicações de Bolsonaro.
“Como comandante da Marinha, eu quero que os brasileiros tenham certeza de que o voto deles vai valer, de que quem eles colocarem na urna vai ser contado e quem eles escolherem de uma forma limpa, transparente, como demanda a Constituição Federal e as leis nacionais, serão validados”, disse ele, engrossando a campanha do então presidente, que queria minar a credibilidade do processo eleitoral brasileiro.
“O presidente da República é o meu chefe, é o meu comandante, ele tem o direito de dizer o que quiser”, disse Garnier.
Outro sinal de alinhamento ocorreu no dia seguinte à depredação feita pelos golpistas em Brasília, próximo à sede da Polícia Federal, após a diplomação de Lula. Naquela ocasião, Bolsonaro afirmou em nota que os fuzileiros navais, com sacrifício da própria vida, “lutaram e sempre lutarão para impedir qualquer iniciativa arbitrária que possam vir a solapar o interesse do nosso país”.
O evento, que aconteceu no Grupamento de Fuzileiros Navais, em Brasília, e antes da diplomação Garnier disse que Bolsonaro contava “com a minha, com a sua, com a nossa Marinha”.
A manifestação mais clara de afronta às instituições foi a decisão de não comparecer à posse de seu sucessor, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, indicado pelo presidente Lula.
Garnier recebeu de Bolsonaro um cargo no comitê-executivo de gestão da Câmara de Comércio Exterior, a Camex, mas o militar foi dispensado por Lula em fevereiro.
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