Por AFP
O anúncio do “tarifaço” imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump na quarta-feira (2) provocou respostas imediatas em vários países do mundo. Veja como reagiram líderes e governos da América Latina, Ásia e Europa às novas tarifas de Trump.
- Brasil
O Congresso aprovou por unanimidade um projeto que dá ao Executivo ferramentas para responder às barreiras comerciais de Trump. A Lei da Reciprocidade Econômica foi aprovada nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados, após passar pelo Senado no dia anterior. - China
A China afirmou que “se opõe de modo veemente” às novas tarifas americanas e anunciou “contramedidas para proteger” seus direitos e interesses. O Ministério do Comércio de Pequim pediu a Washington que “cancele imediatamente” as novas medidas, que, afirma, “colocam em perigo o desenvolvimento econômico mundial” e afetarão os interesses americanos e a cadeia internacional de suprimentos. - Colômbia
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou no X que as novas taxas americanas podem ser “um grande erro”. Seu país sofrerá um aumento tarifário de 10%. - Canadá
“Vamos combater essas tarifas com contramedidas”, alertou o premier Mark Carney, para quem as taxas americanas “vão mudar fundamentalmente o sistema de comércio mundial” e afetar “diretamente milhões de canadenses”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyden (Foto: AFP)
Novas tarifas: ‘Duro golpe à economia mundial’
- União Europeia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que as tarifas constituem um “duro golpe à economia mundial”. Também declarou que o bloco está “preparado para responder”, embora tenha assegurado que “não é tarde demais” para abrir negociações com Washington. - Austrália
“Essas tarifas não são inesperadas, mas, deixem-me ser claro: elas são totalmente injustificadas”, afirmou o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese. “Não são ato de um amigo.” - Alemanha
A indústria automobilística alemã alertou que os impostos americanos “só criarão perdedores”. “A União Europeia deve agir agora unida e com a força necessária, enquanto continua sinalizando sua disposição de negociar”, expressou a Associação Alemã da Indústria Automotiva. - Reino Unido
O ministro britânico do Comércio, Jonathan Reynolds, manifestou sua intenção de fechar um acordo comercial com os Estados Unidos, para, pelo menos, atenuar o impacto das tarifas de Trump, embora tenha advertido que seu país conta com “uma extensa gama de ferramentas” à disposição e que não hesitará “em agir”. - Itália
“A introdução de tarifas à União Europeia é uma medida que considero ruim e que não convém a nenhuma parte”, reagiu a primeira-ministra Giorgia Meloni, em redes sociais. “Farei tudo o que puder para trabalhar por um acordo com os Estados Unidos, a fim de evitar uma guerra comercial que, inevitavelmente, enfraquecerá o Ocidente, em benefício de outros atores globais.” - Japão
“Transmiti que as medidas tarifárias unilaterais adotadas pelos Estados Unidos são extremamente lamentáveis e pedi, novamente, (a Washington) para não aplicá-las ao Japão”, declarou o ministro japonês do Comércio, Yoji Muto. - Taiwan
O governo taiwanês “considerou que a decisão (americana) é muito pouco razoável e lamenta profundamente, e iniciará negociações sérias com os Estados Unidos”, disse a porta-voz do gabinete, Michelle Lee, ao comentar as tarifas de 32% sobre as exportações da ilha. A tarifa não inclui os semicondutores, um dos principais produtos exportados por Taiwan. - Tailândia
A primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra afirmou que seu governo tem um “plano forte” para responder às tarifas de 36% impostas por Trump às exportações de seu país.
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