Márcio Macêdo (PT), ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, fez uso de dinheiro público para custear a viagem de três servidores para Aracaju (SE) e participar de uma festa de “carnaval fora de época”, no fim do ano passado. Segundo o jornal Estado de São Paulo, um deles foi um fotógrafo oficial da Presidência da República que fez fotos de Macêdo durante a folia.
Na agenda do ministro, segundo apuração dos repórteres Gabriel de Sousa e Tácio Lorran, constava uma agenda particular entre os dias 3 e 5 de novembro. Para justificar a ida dos assessores, a Secretaria-Geral informou que eles acompanhariam Macêdo em visita a uma ONG cuja sede está em um município vizinho a Aracaju. O endereço da ONG está registrado na Receita Federal.
A agenda oficial de Macêdo, entretanto, não registrou nenhuma missão. O chefe da pasta também não postou foto do encontro nas redes sociais. Em contrapartida, publicou 28 imagens e um vídeo na folia. Aracaju é o reduto eleitoral de Macedo.
A Secretaria-Geral da Presidência da República informou ao Estadão que irá abrir uma sindicância para investigar o caso. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) também pediu para o Tribunal de Contas da União (TCU) apurar se os recursos foram destinados irregularmente.
Segundo o jornal, os três servidores tiveram passagens e diárias pagas a mando do próprio ministro de Lula, de acordo com registro do Portal da Transparência. A viagem custou R$ 18.559,27 aos cofres públicos. O fotógrafo Bruno Fernandes da Silva, conhecido como Bruno Peres, o assessor Yuri Darlon Góis de Almeida e a gerente de projetos Tereza Raquel Gonçalves Ferreira receberam R$ 3.656 em diárias do total. O restante se refere às passagens.
NÚMERO 2 DA PASTA É ‘BICADA’
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo a viagem dos assessores de Macêdo resultou na demissão da número 2 da Secretaria-Geral. A secretária-executiva Maria Fernanda Ramos Coelho teria se desentendido com o ministro após negar autorizar os recursos para a passagem. Ela foi exonerada da pasta nesta terça-feira (9).
A Secretaria-Geral da Presidência afirmou que “nunca houve tratativa sobre quaisquer passagens nem diárias de viagem entre a ex-secretária e o ministro Márcio Macêdo”. A pasta também disse que a servidora foi quem pediu a exoneração por “motivos pessoais”.
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