Por sermos seres biopsicossociais, a epidemia crescente da solidão na cultura ocidental chega a ser mais do que somente um fenômeno psicológico, mas uma crise de saúde pública.
John Cacioppo foi um renomado psicólogo e pesquisador americano, conhecido por suas contribuições significativas no campo da psicologia social e da neurociência social. Ele nasceu em 14 de junho de 1951 em Chicago, Illinois, e faleceu em 5 de março de 2018. Durante sua carreira, Cacioppo se destacou por seu trabalho pioneiro na compreensão dos efeitos da solidão e do isolamento social na saúde e no bem-estar das pessoas. Ele e sua esposa Stephanie publicaram em 2018 uma carta na revista científica The Lancet.
“Imaginem um distúrbio que torne a pessoa irritadiça, deprimida e autocentrada, e que esteja associado a um aumento de 26% de risco de morte prematura. Imaginem também que nos países industrializados cerca de um terço da população seja afetado por este distúrbio, com uma em cada 12 pessoas gravemente afetada, e que estas porcentagens estejam subindo. Renda, educação, sexo e etnia não são fatores de proteção, e o distúrbio é contagioso. Seus efeitos não são atribuíveis a qualquer peculiaridade de caráter de algum subconjunto de indivíduos, mas resultam de fato de o distúrbio afetar pessoas normais. Este distúrbio existe: a solidão”.
Segundo pesquisas apresentadas na convenção anual da Associação Americana de psicologia em 2015, a epidemia de solidão é um risco de saúde pública tão grande quanto as taxas crescentes de obesidade.
O isolamento social:
- Inibe o sistema imunológico aumentando a possibilidade de doenças.
- Aumenta o fator inflamatório do organismo.
- Aumenta o risco de morte por doenças cardíacas e AVC.
- Seus danos foram comparados aos de fumar até 15 cigarros por dia.
Mas, existe uma diferença infinita entre a solidão e a solitude. A primeira podemos mudá-la e a segunda devemos construí-la todos os dias.
Quando nos sentimos só existe uma voz interna que nos diz “Preciso estar com alguém que seja importante para mim e que me faça sentir importante”.
Hoje, graças aos aplicativos de comunicação, temos mais acesso às pessoas que estão longe de nós do que as que estão ao nosso lado. Quando usamos nossos celulares sentimos que estamos cercados de pessoas e quando a bateria acaba, percebemos que estamos sós.
Solitude: estado de privacidade de uma pessoa, não significando, propriamente, estado de solidão. Estar sozinho por opção.
Criá-la pode ser um dos maiores desafios para o ser humano, pois tememos estar em nossa presença, fugimos de nossos pensamentos e achamos que nossos fantasmas surgirão quando perceberem que não temos a companhia de alguém.
Precisamos aprender a construir uma relação de amizade, confiança e parceria incondicional muito forte conosco para depois pensar em fazer o mesmo com alguém mais.
Como todo processo, isto levará tempo, pois só podemos confiar em alguém que conhecemos e criamos uma relação sólida, mas valerá a pena.
Prática:
- Pratique estar só, sem medo.
- Se gostar de meditar, o faça — excelente prática.
- Vá ao cinema só — a primeira vez pode ser assustadora, mas depois passa.
- Leia um bom livro.
- Quando sentir autopiedade por estar só, AGRADEÇA a oportunidade do momento e mude sua vibração energética saindo da vitimização.
- Agradeça o seu crescimento pessoal e poder se conhecer melhor.
Edificando esta relação, você perceberá que a sua voz interna dizendo que precisa estar com alguém que faça você se sentir importante cessará, pois agora já existe.
CUIDAREMOS DA SOLIDÃO
Prática:
Identifique seus sentimentos: solidão, rejeição, isolamento. Não confunda com estar entediado.
O que fazer para mudar isto?
Faça uma lista de opções para poder estar na companhia de pessoas.
- Ligue para alguém que confia e divida algo importante para você. Vocês se aproximarão.
- Faça aulas de dança.
- Faça algum curso de seu interesse para estar ao lado de pessoas com o mesmo objetivo.
- Seja voluntário para alguma causa ou instituição.
- Convide amigos antigos para atividades, mesmo que seja um simples café.
Agora podemos cuidar da solidão de outra forma, sabendo que nunca estaremos realmente sós porque teremos a companhia do melhor parceiro para nos acompanhar. Deste modo não depositaremos o fardo ou a responsabilidade em ninguém de nos fazer felizes. Cuidaremos da nossa felicidade em 1º lugar.
Grande abraço,
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