Estudo publicado na revista Jama Internal Medicine revelou que os Estados Unidos testemunharam 64.565 gestações por estupro após a Suprema Corte derrubar a proteção federal ao aborto em junho de 2022. A pesquisa abrangeu 14 estados que proibiram a interrupção da gravidez após o caso Roe vs. Wade.
Os pesquisadores estimam que 519.981 estupros ocorreram nos territórios com proibições, entre julho de 2022 e 1º de janeiro de 2024.
Segundo o estudo, 91% das gestações relacionadas ao estupro (58.979 casos) ocorreram em estados que proibiram completamente o aborto, enquanto 9% (5.586 casos) foram registradas em unidades federativas onde a prática é proibida, mas mantém exceções.
Entre os estados que proíbem o aborto sem exceções para casos de estupro, o Texas lidera com 26.313 gestações por estupro, seguido pelo Missouri (5.825) e Tennessee (4.993).
Nos estados com exceções, Idaho teve o maior número, com 1.436 gestações por estupro, seguido por Mississippi (1.409), Virgínia Ocidental (1.255), Indiana (1.098) e Dakota do Norte (388).
O estudo destaca a limitação das exceções de estupro, sugerindo que, embora as vítimas possam buscar abortos em estados vizinhos onde a prática é permitida, muitas ficam sem uma alternativa prática para interromper a gravidez.
Os pesquisadores argumentam que as exceções não oferecem acesso razoável ao aborto para as vítimas, evidenciado pelo fato de poucas, se houver, obtiveram abortos legalmente nos estados com a proibição parcial.
Após a queda da proteção federal ao aborto, os estados começaram a regulamentar o procedimento. O estudo destaca a necessidade de considerar a acessibilidade ao aborto para as vítimas de estupro, especialmente em estados que impuseram proibições.
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