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Banco do Brasil veta negócios com indústria bélica e setor teme quebradeira

Com a retirada de recursos, caberá ao governo destinar recursos para garantir exportações
30/01/2024 | 05h00

Em comunicado enviado às empresas de defesa, o Banco do Brasil anunciou que não utilizará mais capital próprio em negócios com o setor. Com a decisão, as companhias afirmam que podem quebrar, uma vez que o BB era o único que ainda negociava garantias nas exportações. A informação é da Folha de São Paulo.

Com a retirada de recursos do Banco do Brasil, caberá ao governo destinar recursos para, por exemplo, garantir exportações do setor. Atualmente, os bancos privados não fazem negócios com empresas que produzem artigos destinados a guerras.

O governo, pego de surpresa com a decisão do BB, avalia a ampliação do Proex (Programa de Financiamento às Exportações) para auxiliar o setor. O programa, além de financiamento, ajuda a obter garantias exigidas pelos compradores no exterior. Como uma espécie de seguro, a operação envolve 30% do valor da exportação.

O ministro da Defesa, José Múcio, reuniu-se com a presidente do banco, Tarciana Medeiros, para tratar do assunto.

EMPRESAS

Empresas do setor, como a Mac Jee, a CBC, dona da Taurus, a Mectron e a Avibrás afirmam, como revela a Folha de São Paulo, que correm risco de perder contratos e podem quebrar com a decisão.

A Mac Jee, por exemplo, possui cerca de US$ 500 milhões em negociações de exportações com EUA, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Bulgária, entre outros. Segundo previsão da empresa, ela terá de pagar sua dívida de R$ 32 milhões com o BB imediatamente.

Em nota, o Banco do Brasil afirma que segue boas práticas corporativas e bancárias “com autonomia administrativa”.

“As decisões sobre concessão de crédito são sempre balizadas pelas políticas de crédito e de responsabilidade social, ambiental e climática, que observam, além das melhores práticas de mercado, a legislação, tratados, resoluções e regramentos que norteiam o setor financeiro.”

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços afirma que “busca soluções que assegurem a manutenção e o fortalecimento da indústria brasileira”.

“Trata-se de um setor estratégico para a soberania nacional e que está contemplado em uma das missões da nova política industrial lançada nesta semana pelo governo”, disse a pasta.

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