Toda estratégia traçada pelo bolsonarismo a partir da “super live” do domingo caiu por terra após a operação da PF. Criada e executada para disseminar informações ao vivo, gerar recortes e pautar a imprensa no dia de ontem (29), a “super live” sequer chegou a ser assunto nas redes sociais nas 24h que a seguiram.
No Instagram, todas as 20 principais publicações abordavam a operação contra Carlos Bolsonaro como tema central e citavam a live em segundo plano. No X (Twitter), ataques contra a jornalista Daniela Lima por erro de informação se destacaram. Seria então mais um elemento, para além das acusações contra o poder judiciário e governo federal, que explicitava a tese bolsonarista, desta vez “desmascarando” a imprensa. Na esteira da informação errada, canais bolsonaristas promoveram conteúdos de destaque nas plataformas Instagram, YouTube e X (Twitter).
Em suma, a imagem da família Bolsonaro terminou a semana de maneira oposta ao planejado: atuando de maneira reativa, restrita ao seu núcleo duro e alvo de uma série de acusações — ainda que muitas não comprovadas. No Google-BR dos últimos sete dias, quatro das cinco buscas em ascensão citam a expressão “BOLSONARO FOGE” ou “BOLSONARO FUGIU”. A informação teria sido, posteriormente, desmentida pelo advogado do ex-presidente.
No dia seguinte a narrativa de “perseguição contra Bolsonaro” se manteve, mantendo o pico de menções ao tema no debate político polarizado. Ainda que presente desde o dia 08/01/23, a palavra “perseguição” e suas variações não haviam registrado o volume de menções — apesar de picos localizados — que registraram nesta semana. Para além de outras hipóteses sobre o tema, a narrativa adotada pelo bolsonarismo aponta para um cluster cada vez mais reativo, acuado pelo debate público e sem a capacidade de pautar o debate político.
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