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A reunião de Jair Bolsonaro com seu “exército de ministros”, como ele mesmo define sua equipe ministerial, no dia 5 de julho de 2022, é peça central na operação deflagrada pela Polícia Federal. A colunista Bela Megale, do jornal O Globo, conseguiu acesso a um trecho de mais de uma hora do vídeo da reunião, encontrado no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Em sua coluna, Megale diz que “a reunião foi marcada por reações de nervosismo, ofensas, palavrões e destempero do então presidente”. Segundo a PF, a gravação “revela o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo”.

“Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro tenta induzir seus ministros a pensarem como ele e questionarem o processo eleitoral do dia 2 de outubro de 2022, alegando existirem fraudes que ele nunca conseguiu provar.

“Todos aqui têm uma inteligência bem acima da média. Todos aqui, como todo povo ali fora, têm algo a perder. Nós não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado. Eu parei de falar em voto imp… e eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que… eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes”, afirmou.

Bolsonaro defende que os integrantes da Comissão de Transparência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) façam uma nota conjunta, afirmando que “a lisura das eleições são (sic) simplesmente impossíveis de ser (sic) atingidas”.

“Vocês sabem o que está acontecendo. Achando que esses caras estão de brincadeira? ‘Ah, vamos lá…’ Não estão de brincadeira. O que está em jogo é o bem maior que nós temos e contamos aqui na Terra, que é a porra da liberdade. Mais claro, impossível. Vamos ter que reagir”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro levanta a suspeita de que os ministros do STF Alexandre de Moraes, Barroso e Fachin foram comprados em uma grande fraude para Lula ser eleito.

“Alguém acredita em Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes? Se acreditar levanta braço? Acredita que são pessoas isentas?”, indagou, e todos permanecem em silêncio.

Em seguida, refere-se à cadeira presidencial como uma “cagada” e emenda: “cagada do bem”.

“Como é que eu ganho uma eleição, um fodido como eu? Deputado do baixo clero, escrotizado dentro da Câmara, sacaneado, gozado, uma porra de um deputado.”

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