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O último domingo foi marcado por um intenso debate no campo polarizado envolvendo as eleições presidenciais na Argentina. De um lado, bolsonaristas buscaram reeditar um clima de polarização utilizando elementos e fatores brasileiros na lógica eleitoral do país vizinho. De outro, atores antibolsonaristas alertavam para o suposto iminente perigo que um ator de extrema-direita representava não apenas para o país, mas também para toda América do Sul. Nesse ambiente o bolsonarismo fez o que sabe fazer de forma extremamente eficiente: produzir conteúdo e pautar o debate.

Assim, a reta final do pleito foi marcada por elementos atípicos, como um pico de interesse pelo candidato Javier Milei no Google-BR, (superando até mesmo o volume de buscas por Lula e Jair Bolsonaro no dia 22/10) e uma série de intervenções de atores bolsonaristas nas redes sociais. Nessa atenção dedicada ao que bolsonaristas até então consideravam uma provável vitória do candidato Milei, o ponto alto do debate foi protagonizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. Em solo argentino, o parlamentar brasileiro foi ironizado ao ser retirado do ar durante entrevista após exaltar o porte de armas. Se contabilizarmos apenas as 10 principais publicações contendo o vídeo no X (antigo Twitter), o episódio teve mais de 7 milhões de visualizações.

No entanto, esse engajamento de atores bolsonaristas com o pleito foi central até a chegada das primeiras informações apontando uma suposta vantagem do candidato Sergio Massa. Nas redes sociais brasileiras a informação foi recebida com surpresa, com distintas reações: entre bolsonaristas, o volume de menções ao tema arrefeceu drasticamente frente a percepção prévia de que uma vitória era iminente – com alguns especulando até mesmo sobre a possibilidade de vitória no 1º turno. Entre antibolsonaristas, predominou uma espécie de alívio frente ao que era até então “anunciado” pelo ímpeto bolsonarista.

Após o buzz gerado pelo resultado e sem o mesmo engajamento por parte de um bolsonarismo, decepcionado com o resultado eleitoral, o volume de menções arrefeceu. Apesar de resquícios de fake news já conhecidas do eleitor brasileiro, como acusações de fraude eleitoral e manipulação dos votos, o campo de extrema-direita brasileira viu arrefecer, ao menos até aqui, a expectativa de vitória de Milei na Argentina.

 

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