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Um grupo de professores da USP (Universidade de São Paulo) está organizando um abaixo-assinado contra a expulsão de quatro alunos que criticaram a postura de Israel no conflito na Faixa de Gaza.
Os alunos acusados são investigados por disseminação de discurso de ódio, antissemitismo e discriminação. Até o momento, 235 professores já assinaram o documento contra a punição dos estudantes. A informação é da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Segundo os professores, a comissão que tem levado o processo dos alunos adiante faz uso de dispositivos adotados pelo regimento da USP na época da ditadura militar.
Em um informe, distribuído em uma assembleia, os alunos acusavam Israel de genocídio contra o povo palestino, e chamavam o governo de Benjamin Netanyahu nos territórios ocupados de “fascista, colonialista e racista”.
Eles também descreveram a ofensiva do grupo Hamas, no dia 7 de outubro de 2023, como histórica.
A USP foi procurada para se pronunciar, mas disse que não comenta processos em andamento.
Crítica dos alunos e ações de Israel
Os professores que defendem os alunos afirmam que não há nada além de críticas às ações do governo de Israel no informe. “Nada há que configure crime de ódio ou antissemitismo”, disseram alguns dos professores da instituição, em um artigo publicado na Folha e que serve de base para o abaixo-assinado.

Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro de Israel (Foto: Abir Sultan/Agência Lusa)
Nele, os professores citam o relatório da ONG Human Rights Watch, em que é estimado que “as repetidas ordens de evacuação na Faixa de Gaza, impondo deslocamento forçado à população, equivalem a ‘crime de guerra'”, e que “as ações de Israel parecem se enquadrar na definição de limpeza étnica”, sempre de acordo com a organização.
O alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, e a Corte Internacional de Justiça de Haia também comentaram sobre as ilegalidades cometidas por Israel, que levaram a uma enorme onda de morte, violência, doença e fome.
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