(Folhapress) — Em 2023, dos 340 mil acidentes registrados com animais peçonhentos no Brasil, mais de 200 mil foram provocados por escorpiões. O número significa um aumento de 15% em relação ao período anterior.
Segundo o Ministério da Saúde, os acidentes com animais peçonhentos são um desafio importante para a saúde pública no país. A rica biodiversidade e o clima tropical criam um ambiente favorável para a existência de serpentes, aranhas, escorpiões e outros animais cujas picadas ou mordidas podem ter consequências graves.
Entre as explicações para o crescimento dos casos estão a expansão da ocorrência de espécies bem adaptadas à convivência humana, o avanço desordenado da ocupação humana e as mudanças climáticas.
Os escorpiões injetam veneno por um ferrão na ponta da cauda. O acidente com pessoas acontece quando se encosta no animal, geralmente com a mão ou o pé. Eles costumam se esconder perto de casas, terrenos abandonados com entulhos, em materiais de construção, embaixo de pedras, matos, lixo, lenha, tijolos e telhas.
Nas residências, são comuns nas saídas de esgoto ralos e caixas de gordura. Procuram locais escuros e se alimentam principalmente de baratas.
O Instituto Butantan produz soros antivenenos para picadas de animais peçonhentos. Eles são distribuídos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Seiscentos mil frascos são encaminhados por ano ao Ministério da Saúde, que repassa aos estados após avaliação epidemiológica. Os estados transferem os soros aos municípios e seus hospitais públicos, filantrópicos ou privados.
São produzidos oito tipos de soros contra picadas de cobras, escorpiões e lagartas no Butantan, além de soros para tratamento de botulismo, raiva, tétano e difteria.
Evite acidentes com escorpiões
- Verifique cuidadosamente calçados, roupas, toalhas e roupas de cama antes de usá-los.
- Limpe periodicamente ralos de banheiro, cozinha e caixas de gordura.
- Mantenha camas e berços afastados, no mínimo, 10 cm da parede.
- Evite que lençóis toquem o chão.
- Feche frestas nas paredes, móveis e rodapés para que não sirvam de esconderijo para os escorpiões.
- Use telas nas aberturas dos ralos, pias e tanques.
- Não deixe acumular lixo e entulho nos quintais, jardins, e terrenos baldios e ao redor das residências.
- Coloque o lixo em sacos plásticos fechados para evitar baratas e outros insetos.
- Mude periodicamente de lugar materiais de construção que estejam armazenados e lembre-se de proteger as mãos com luvas grossas na realização deste trabalho.
- Retire de paredes e muros plantas ornamentais densas, arbustos e trepadeiras.
- Elimine fontes de alimento para os escorpiões (baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados).
- Limpe terrenos baldios situados a cerca de 2 metros (aceiro) das redondezas dos imóveis ocupados.
- Evite a prática de queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões, entre outros animais.
- Preserve os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo), quati, lagartos, sapos, galinhas, gansos.
- Evite folhagens de jardins junto às paredes externas de residências e mantenha jardins e gramados aparados e bem cuidados.
Primeiros socorros
- Procure atendimento médico imediatamente.
- Fotografe ou informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo de animal, cor e tamanho.
- Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão.
- Compressas mornas podem ajudar a aliviar a dor.
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