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Justiça torna réu acusado de entregar açaí com chumbinho para filho de ex

Rafael havia se entregado a polícia no dia 12 de novembro, e neste quinta (28), teve sua prisão temporária convertida em preventiva
28/11/2024 | 18h42

(UOL/Folhapress) — A Justiça do Rio aceitou denúncia do Ministério Público e tornou réu Rafael da Rocha Furtado, acusado de matar duas crianças com um açaí envenenado na comunidade Primavera, na zona norte.

Prisão temporária foi convertida em preventiva. Rafael se entregou à polícia no dia 12 de novembro após ser identificado pela Polícia Civil, que cumpriu mandados em um endereço ligado a ele. Horas depois, ele se apresentou na delegacia.

Suspeito é ex-namorado da mãe de Benjamin Rodrigues Ribeiro, de 7 anos. No dia 30 de setembro, ele buscou o menino na escola e ofereceu o açaí com chumbinho. Benjamin encontrou o amigo Ythallo Tobias Rosa, de 6 anos, no caminho e dividiu a bebida. Os dois morreram.

Rafael responde por duplo homicídio qualificado com motivo torpe e envenenamento. Segundo a investigação, Rafael queria se vingar após o fim do relacionamento com a mãe de Benjamin. Na denúncia, o MP diz que Rafael “se ofereceu para receber Benjamin na saída da escola e levá-lo de motocicleta até sua casa” e que “livre e conscientemente, com inequívoca vontade de matar, envenenou o filho de sua ex-namorada”.

Benjamin começou a passar mal após chegar em casa. A denúncia diz que o próprio Rafael, “dissimulando seu desiderato homicida”, ajudou a socorrer o menino.

Açaí com chumbinho

Pai de Benjamin diz que ele considerava Rafael como um “segundo pai”. Durante a investigação policial, o pai de Benjamin contou à polícia que ele provavelmente aceitou a bebida ou alimento de alguém que confiava porque ele tinha “dificuldade para comer as coisas” até em festas. Ele também relatou que Rafael tinha ciúmes do novo namorado da mãe de Benjamin.

“Os fatos narrados na denúncia são de extrema gravidade, em especial por se tratarem de vítimas vulneráveis e inocentes — crianças — e, portanto, ensejadores de grande intranquilidade social e abalo à ordem pública”, disse a juíza Tula Corrêa de Mello, titular da 3ª Vara Criminal do Rio.

A família de Benjamin acreditava que eles tinham aceitado o bombom de uma mulher desconhecida na rua. As investigações da polícia indicam que não há nenhuma mulher envolvida no caso.

Ythallo Rafael Tobias Rosa, de 6 anos, envenenado junto com Benjamin (Foto: Reprodução/redes sociais)

Ythallo morreu horas após tomar a bebida. Ele foi levado pela família à UPA de Del Castilho em parada cardiorrespiratória, foi reanimado, mas não sobreviveu.

Benjamin teve morte cerebral confirmada após ficar 10 dias internado. A autópsia identificou grânulos de uma substância amarronzada no estômago e na traqueia de Ythallo, afirmou o delegado responsável pelo caso, Marcus Henrique Alves, à rádio BandNews. Um material semelhante foi encontrado nos exames de Benjamin.

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