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Advogado de réu do 8 de janeiro foi condenado por agredir a mãe e irmã, diz site

Condenação em primeira instância de Hery Waldir Kattwinkel Junior foi proferida pela 2ª Vara Criminal e da Infância e Juventude de Votuporanga, no interior de São Paulo
15/09/2023 | 16h01

O advogado Hery Waldir Kattwinkel Junior, que defendeu Thiago de Assis Mathar no Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento dos ataques golpitas de 8 de janeiro, foi condenado em primeira instância por violência doméstica, em 2019, acusado de agredir a mãe e a irmã. Ele é considerado réu desde 2018. A informação é do site Consultor Jurídico.

A agressão foi registrada em 6 de novembro de 2016 em Votuporanga, interior de São Paulo. Em julho de 2019, a 2ª Vara Criminal e da Infância e Juventude condenou o advogado pelo crime de violência doméstica (artigo 129, parágrafo 9º, por duas vezes). Hery foi condenado a sete meses de detenção em regime aberto e proibido de deixar a cidade. Hery entrou com recurso, mas teve a contestação rejeitada. O processo segue sob sigilo.

O jornal A Cidade Votuporanga, que noticiou o fato à época, informou que, antes do processo ficar sob segredo de Justiça, constava na sentença que o advogado “ofendeu a integridade física de sua genitora e de sua irmã, causando-lhes lesões corporais de natureza leve”.

Na mesma época, o jornal chegou a entrar em contato com Hery. O advogado respondeu que “ao contrário do que foi dito que eu tinha espancado a mãe, houve lesões leves recíprocas. É que em todo momento defendi meu pai. Que o interesse delas era na herança. Estranhamente, seis meses após sair de casa, meu pai faleceu. Jamais agredi minha mãe e irmã, só não deixei que maltratassem meu pai”.

Eleito vereador por Votuporanga, Hery foi candidato a prefeito pelo PTB, em 2020, mas não foi eleito. Nas eleições de 2022, ele concorreu a deputado estadual pelo Solidarieadade. O partido, por sinal, anunciou hoje a expulsão do advogado.

NO STF
No julgamento do STF, o advogado comparou o réu Thiago de Assis Mathao a Jesus Cristo e apontou supostas semelhanças entre a persecução penal contra os golpistas de 8 de janeiro e o assassinato de milhões de judeus no Holocausto.

“Eu vejo que o ministro Alexandre de Moraes inverte o papel de julgador aqui nessa Suprema Corte. Ele passa de julgador a acusador. É um misto de raiva com rancor com pitadas de ódio quando fala dos patriotas. A cena que vi lá (na Papuda) me lembrou muito o Holocausto”, disse o advogado.

Não satisfeito, Hery confundiu as obras ‘O Príncipe’, de Nicolau Maquiavel, com ‘O Pequeno Príncipe’, de Antoine de Saint-Exupéry, ao citar a frase “os fins justificam os meios”, que nem consta da obra de Maquiavel, apesar de muitas vezes ser associado ao livro.

“É patético que um advogado suba à tribuna do Supremo Tribunal Federal com discurso de ódio, com discurso para postar depois nas redes sociais. Talvez pretendendo ser vereador do seu município no ano que vem. Digo com tristeza que o réu aguarda que ele venha aqui defender tecnicamente. O advogado não analisou nada, absolutamente nada. Preparou um discursinho para postar em redes sociais”, rebateu o ministro Alexandre de Moraes. “Só não seria mais triste porque confundiu ‘O Príncipe’, de Maquiavel, com ‘O Pequeno Príncipe’, de Antoine de Saint-Exupéry”, complentou.

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