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AGU exonera procurador presente em reunião golpista de Bolsonaro

Órgão investiga possíveis transgressões disciplinares por parte de Adler Alves, que é servidor de carreira
17/02/2024 | 05h00

A Advocacia-Geral da União (AGU) exonerou o procurador federal Adler Anaximandro de Cruz e Alves de função comissionada após descobrir a participação do servidor de carreira na reunião ministerial de Jair Bolsonaro em 5 de julho de 2022. Na ocasião, foi discutida a possibilidade de um golpe de Estado, segundo a Polícia Federal.

Adler Alves, então secretário-geral de Consultoria da AGU, ocupava a coordenação da Diretoria de Gestão e Cálculo da Procuradoria-Geral Federal. O servidor estava na mesa principal da reunião golpista, ao lado do antigo chefe, Bruno Bianco, que comandava a AGU na época.

INSTRUÇÃO INVESTIGATIVA

A AGU anunciou ainda a abertura de uma instrução preliminar investigativa para avaliar possíveis transgressões disciplinares por parte de Adler Alves, classificando o encontro como uma “reunião em que foram mantidas discussões de teor golpista”.

A investigação terá uma duração inicial de 30 dias, podendo ser prorrogada, e tem como objetivo de reunir elementos para embasar um possível procedimento disciplinar. A decisão de investigar ocorreu assim que a presença do servidor na reunião foi descoberta.

PRESENÇA

Adler Alves explicou que sua presença na reunião foi decorrente de uma convocação oficial recebida para acompanhar o chefe Bruno Bianco.

A motivação estava relacionada ao cargo anterior, como chefe da Assessoria Especial da Presidência, com o objetivo inicial de apresentar uma cartilha da AGU para as eleições, o que não ocorreu devido a uma pauta diversa e prolongada.

O servidor informou que as falas de algumas autoridades na reunião não alteraram a postura constitucional e republicana da gestão anterior da AGU. Destacou que, apenas três dias após o resultado final das eleições de 2022, a AGU formalizou uma equipe de transição governamental, coordenada por ele, sem incidentes internos.

Em nota, Adler Alves ressaltou “que durante toda a gestão anterior, a AGU sempre primou pelo respeito aos Poderes constituídos e às instituições democráticas brasileiras, não havendo qualquer manifestação da AGU, escrita ou falada, em sentido oposto ao aqui afirmado”.

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