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O deputado estadual Paulo Fiorilo (PT) protocolou nesta sexta-feira (8), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), moção de repúdio contra o governador do Tarcísio de Freitas (Republicanos) por “fala agressiva e imprópria” durante coletiva de imprensa sobre a Operação Verão na Baixada Santista.

Fiorilo decidiu entrar com a moção após entrevista em que o governador se referiu de, forma exaltada, à matéria publicada no portal G1, e transmitida pela Rede Globo. A reportagem teve acesso a dez boletins de ocorrência que se referem a 17 das 39 mortes ocorridas durante a operação da PM.

“Nos dez registros, a polícia alega que os mortos eram criminosos e que foram baleados por estarem armados. No caso de 12 pessoas mortas, há a informação de que elas foram socorridas e levadas com vida ao pronto-socorro, onde teriam morrido”, diz a moção.

Na moção, o deputado critica o governador por usar “vocabulário esdrúxulo e impróprio para responder sobre denúncias que envolvem vidas humanas e que precisam ser apuradas com transparência”.

PMs receberem mais que professor

Moção critica comportamento do governador. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

MOÇÃO POR ENTREVISTA

Mais cedo, em entrevista ao G1, Tarcísio de Freitas reagiu com deboche ao ser questionado sobre as denúncias de funcionários do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e de um hospital de Santos de que os corpos dos mortos pela PM durantes as ações estariam sendo levados como vivos para as unidades de saúde para evitar perícia.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse Tarcísio.

BOLETINS

O G1 teve acesso a informações dos boletins de ocorrência das ações da PM. Segundo os documentos, “policiais foram recebidos a tiros e houve
confronto”, sendo que “um suspeito foi atingido e levado ao Pronto-Socorro, mas não resistiu”.

No entanto, relatos de funcionários do Samu da Baixada Santista e de um hospital da cidade de Santos são diferentes dos boletins. Eles alegam que os corpos dos mortos pela PM durantes as ações estariam sendo levados como vivos para hospitais para evitar perícia.

ONU

O governador também se referiu à denúncia feita pelas OGS Conectas Direitos Humanos e Comissão Arns, durante a 55ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), na Suíca, por conta da letalidade policial, especialmente na região da Baixada Santista.

“Registros oficiais do Estado indicam que as mortes em decorrência de intervenção policial subiram 94% no primeiro bimestre de 2024. Esse é o resultado de uma ação deliberada do atual Governador, Tarcísio de Freitas, que vem investindo na violência policial contra pessoas negras e pobres”, pontua trecho da denúncia.

 

 

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