A alta taxa de juro básica, uma das maiores taxas do mundo, faz que o Brasil seja o local perfeito para o capital especulativo, principalmente neste momento de turbulência internacional. A combinação do juro alto e inflação traz rendimento ao bolso de investidores estrangeiros e aumenta os ganhos das instituições financeiras locais.
“O Brasil é um bom país para se investir, caso você seja dono de um banco ou seja um especulador financeiro estrangeiro”, diz o economista do ICL, André Campedelli.
Estudo divulgado na segunda-feira (18) pela Economática mostra que o Brasil tem 4 bancos entre os 10 mais rentáveis do mundo. Itaú, Santander, Banco do Brasil e Bradesco estão listados no ranking.
No topo do ranking, com com maior rentabilidade em relação ao patrimônio líquido (ROE) estão os bancos norte-americanos Capital One (20,4%) e Ally Financial (ROE de 19,3%). Santander aparece com 18,9%, Itaú está representado com 17,3%, Banco do Brasil é listado com 15,7% e Bradesco, 15,2%.
Os “grandes bancos” são representados por instituições com ativos superiores a US$ 100 bilhões em dezembro de 2021. A mediana da rentabilidade dos grandes bancos brasileiros sempre foi maior que a dos grandes bancos negociados nos Estados Unidos, segundo dados do período analisado (2010 a 2021). Apesar de a distância ter diminuído nos últimos anos, os brasileiros seguem mais rentáveis, mostra o estudo da Economática.
Segundo o economista André Campedelli, a elevada rentabilidade do setor bancário mostra que cada vez mais o Brasil é o “paraíso do rentismo”. Para ele, em uma situação em que todos os setores da economia estão bem, é natural imaginar que o setor bancário também esteja na mesma tendência. “Mas, em um momento em que a economia passa por diversas dificuldades, com profundos problemas na indústria, serviços e agropecuária, somente um ramo econômico ter resultados positivos, e ainda tão relevantes, mostra que apenas uma parcela do país está ganhando com a combinação de juros elevados, alta inflação, elevado desemprego e péssima situação do poder de compra da população”, afirma o economista.
Redação ICL Economia
Deixe um comentário