ICL Notícias

Ameaça de cassação de Renato Freitas vira advertência, que poderá ser anulada

A decisão foi tomada em sessão do Conselho de Ética, que definiu, por 3 votos a 2, a punição por escrito
21/02/2024 | 07h32

A ameaça de cassação do mandato do deputado Renato Freitas (PT) na Assembleia Legislativa do Paraná foi convertida em advertência por escrito. A decisão foi tomada em sessão do Conselho de Ética, que definiu, por 3 votos a 2, a punição.

No final do ano passado, o relator do pedido de cassação, deputado Matheus Vermelho (PP), já havia emitido parecer no Conselho de Ética, descartando uma punição mais pesada e recomendando somente uma advertência por escrito.

A deputada Ana Julia (PT) alegou prescrição do prazo para julgamento do caso e espera que a punição seja cancelada na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Renato foi acusado de quebra de decoro pelo presidente da ALEP, Ademar Traiano (PSD). Traiano pediu a cassação de Freitas depois que o petista o chamou de “corrupto” durante uma sessão plenária. Freitas estava reagindo contra o presidente por ter tido a palavra cortada.

A corrupção de Traiano, apontada por Renato Freitas, acabou vindo à tona depois que várias reportagens informaram que o deputado teria pedido e recebido R$ 100 mil do empresário Vicente Malucelli, que atuava na TV Icaraí, do grupo J. Malucelli. A TV Icaraí tinha um contrato de prestação de serviço com a Assembleia. Questionado, Traiano não se manifesta a respeito.

Segundo as informações publicadas, Traiano admitiu, ao firmar um acordo de não persecução penal com o Ministério Público estadual no final do ano passado, que recebeu propina em 2015.

A advertência por escrito não afeta a atividade parlamentar. É a pena mais leve prevista pelo regimento interno da Assembleia Legislativa do Paraná. Agora, o caso seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que irá discutir a legalidade dos prazos.

Em nota, a assessoria de Renato Freitas afirmou que a decisão do Conselho de Ética destaca “a flagrante hipocrisia evidenciada pelos que há tempos buscam a cassação do mandato do deputado Renato Freitas, que reitera que a afirmação é comprovação de que o presidente desta Casa, Ademar Traiano, é corrupto, foi o motivo alegado para tal punição, revelando a falta de vontade política em enfrentar a realidade, enquanto quem foi confessadamente corrupto permanece ileso, sem punições e pior, ainda preside esta casa de lei”.

“Renato Freitas permanece firme em seu compromisso com a verdade e com a defesa dos interesses da população. O deputado também reitera sua disposição em enfrentar qualquer tipo de perseguição política com serenidade e coragem, e pede ainda que Traiano renuncie e seja afastado imediatamente das funções como presidente desta casa”, completa.

CENSURA

Também no final do ano passado, o presidente da ALEP foi à Justiça e conseguiu tirar do ar reportagens sobre a delação em que é citado. Foi o que decidiu a Justiça do Paraná.

A pedido da defesa de Traiano, a juíza Giani Maria Moreschi, da Justiça paranaense, concedeu liminar (decisão provisória) censurando as matérias jornalísticas e fixando multa de R$ 50 mil aos meios de comunicação. Segundo a decisão, os veículos devem se abster de divulgar trechos do acordo de colaboração sob pena de “responsabilização de seus dirigentes”.

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail