Por João Gabriel e Gabriela Biló
(Folhapress) – A anta resgatada por brigadistas do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) dos incêndios do Parque Nacional de Brasília, nesta quarta-feira (18), está sob cuidados do zoológico da capital federal.
O animal é jovem (tem entre 5 e 10 anos e já vive de forma independente no habitat), macho e pesa 73 kg. A anta teve suas quatro patas queimadas, perdeu as unhas em razão do fogo e inalou fumaça, de acordo com boletim sobre o seu estado de saúde.
A equipe de veterinários fez curativos em forma de botinha para que o animal possa andar.
Ele chegou ao zoológico desidratado e inalou fumaça, mas está responsivo, bebeu água. Seu tratamento, a princípio, será à base de analgésicos e alimentação.
O animal está em um espaço reservado, em razão do estresse que passou.
A Folha de S.Paulo acompanhava o trabalho de uma equipe de brigadistas do ICMBio nesta quarta-feira quando a anta foi encontrada e depois socorrida.
O animal estava em uma região de turfa, onde acontecem incêndios subterrâneos que podem atravessar rios por debaixo da terra e queimar árvores pelas raízes.

O animal foi resgatado pelos brigadistas do ICMBio (Foto: Reprodução/Zoológico de Brasília)
Depois do incêndio
Esse tipo de fogo deixa o solo permeado de brasas, o que queima a pata dos animais, como aconteceu com a anta resgatada.
As equipes dos bombeiros e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) afirmam que os incêndios em Brasília seguem controlados e caminhando para a extinção.
O fogo subterrâneo acontece com a queima de matéria orgânica acumulada em camadas abaixo da terra.
A área queimada do parque já é de quase 1.500 hectares — o número foi recalculado, agora com uso de imagens de satélite novas e mais precisas que as estimativas iniciais.
Não há registro de animais mortos.
Os incêndios de turfa são comuns no pantanal, mas também ocorrem nas matas de galeria do cerrado e são difíceis de combater porque podem arder por dias e até semanas no subsolo, sem serem detectados na superfície, a olho nu.
“Esse tipo de incêndio é muito perigoso. É mais lento [para se alastrar que os da superfície], mas é muito difícil de conseguir conter”, afirmou o sargento Pires, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
Se a situação se mantiver como está, a expectativa é que o trabalho das equipes nesses locais ainda dure cerca de sete dias, mas há casos em que o cenário se prolonga por semanas.
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