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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai concorrer no segundo turno à Presidência contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), ganhou ontem (5) o apoio de importantes pesos-pesados da economia brasileira, como de Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Persio Arida, alguns deles pais do plano real. Contudo, o apoio a Lula mais aguardado era o da senadora Simone Tebet, terceira colocada no primeiro turno pelo MDB.

Bacha, Malan, Arida e Fraga declararam voto em Lula no segundo turno das eleições. Malan foi ministro da Fazenda do governo de Fernando Henrique Cardoso, que também declarou apoio a Lula no segundo turno, que acontece no dia 30 de outubro. Fraga foi presidente do Banco Central no segundo mandato do governo de FHC. Já Arida e Bacha foram criadores do plano real.

Em nota conjunta, os quatro economistas afirmaram: “Votaremos em Lula no segundo turno; nossa expectativa é de condução responsável da economia”.

Arida disse ao jornal O Globo que Bolsonaro é “claramente uma ameaça à democracia brasileira” e que houve “imenso retrocesso civilizatório” em seu governo. Ele acredita que em um eventual governo Lula, o petista será responsável fiscalmente e está com “expectativa de boas políticas econômicas na direção das reformas”, diante de uma base de apoio mais ao centro.

Mas o apoio mais esperado ao petista era da senadora Simone Tebet, que obteve quase 5 milhões de votos no pleito (4,2% do total de votos válidos). Ontem, ela fez um discurso crítico e contundente de cerca de oito minutos e meio ao anunciar seu apoio a Lula. “Ainda que mantenha as críticas ao candidato Lula (…) depositarei nele o meu voto, porque reconheço no candidato o seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, afirmou.

A senadora pelo Mato Grosso do Sul acrescentou que omitir-se na atual conjuntura seria “trair” sua trajetória de vida pública. “Não anularei meu voto, não votarei em branco. Não cabe a omissão da neutralidade.” Em sua fala, ela ainda lembrou que, hoje, a promulgação da Constituição Brasileira, que Ulysses Guimarães chamou de “Cidadã”, completa 34 anos.

Ao fim do discurso, ela pediu “desculpas aos companheiros que imploraram pela neutralidade, preocupados com eventual perda de algum capital político. O que está em jogo é muito maior do que cada um de nós”. Em seguida afirmou que “há um Brasil a ser imediatamente reconstruído, um povo a ser novamente reunido na diversidade, antes e sempre a nossa maior riqueza, hoje esmigalhada por todos os tipos de discriminação”.

Apoio a Lula por parte de Tebet não foi incondicional. Ela cobrou do candidato petista responsabilidade fiscal

Ao fim de seu discurso de apoio à candidatura de Lula, Simone Tebet emocionou-se ao falar das 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave no país e cobrou do petista “responsabilidade fiscal como meio de alcançar o social”. Nas conversas para tratar de seu apoio, ela fez cinco propostas ao programa de governo dele. As propostas são as seguintes:

Educação: ajudar munícipios a zerar as filas na educação infantil e desenvolver ensino médio técnico;

Saúde: zerar a fila de exames que ficaram atrasados devido à pandemia de Covi-19;

Endividamento das famílias: buscar soluções para ajudar a quem ganha até três salários mínimos a zerar suas dívidas;

Salário para as mulheres: sancionar a lei que iguale salários entre homens e mulheres, que foi aprovada no Senado e está parada na Câmara;

Criar ministério plural: ela cobrou de Lula que crie um ministério com homens, mulheres, negros e pessoas com deficiência, com competência, ética e vontade de servir o povo brasileiro”.

Em relação ao endividamento, o número de famílias endividadas atingiu, em agosto, 79% do total de lares no país, segundo dados recentes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ainda em agosto, o número de pessoas que atrasou o pagamento de contas de consumo ou de dívidas também cresceu, alcançando 29,6% do total de famílias no país.

Ao final, a agora aliada de Lula e da Coligação Brasil da Esperança comprometeu-se a “até 30 de outubro, estarei na rua vigilante, meu grito será pela defesa da democracia e justiça social. Minhas preces, por uma campanha de paz”, concluiu.

Primeira pesquisa presidencial para o segundo turno traz vantagem a Lula

Divulgada ontem à noite (5), o ex-presidente Lula aparece com oito pontos de vantagem sobre Bolsonaro nas projeções para o segundo turno. Na pesquisa Ipec, Lula está com 51% das intenções de voto e o atual presidente, com 43%. Assim, fica acima da margem de erro, que é de dois pontos.

Considerando os votos válidos, Lula fica na frente com 55% a 45%. Além dos dois candidatos, houve 4% de entrevistados que declararam votar em branco ou nulos. Outros 2% ainda estão indecisos.

Encomendada pela TV Globo, a pesquisa teve 2 mil pessoas entrevistadas, entre segunda-feira e quarta (3 e 5 de outubro), em 129 municípios. Foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-02736/2022.

Redação ICL Economia
Com informações da Rede Brasil Atual

 

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