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Após delação de Mauro Cid, Lula cita ‘perspectiva de golpe’ de Bolsonaro: ‘Envolvido até os dentes’

Presidente evitou falar de detalhes da delação e acrescentou que Bolsonaro estava preocupado em vender joias.
11/09/2023 | 08h38

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou nesta segunda-feira (11) a homologação do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para Lula, as circunstâncias indicam comprometimento “até os dentes” de Bolsonaro também com uma “perspectiva de golpe”.

“Eu acho que ele está altamente comprometido. A cada dia vão aparecendo as coisas, e a cada dia nós vamos ter certeza de que havia a perspectiva de golpe e que o ex-presidente estava envolvido nela até os dentes”, afirmou durante coletiva de imprensa.

Sem entrar em detalhes da delação, o presidente acrescentou que Bolsonaro estava preocupado em vender joias, e responsabilizou o ex-presidente por parte das coisas ruins que aconteceram no Brasil.

“É isso que vai ficar claro, o tempo vai se encarregar. A única chance que ele tinha de não participar disso (de um golpe) é quando ele estava preocupado em vender as joias”, disse Lula durante coletiva de imprensa em Nova Délhi, na Índia, depois de participar de um encontro de líderes do G20.

DELAÇÃO HOMOLOGADA E TORNOZELEIRA ELETRÔNICA

O tenente-coronel do Exército Mauro Cid deixou no sábado (9) a prisão em que estava desde 3 de maio, depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação premiada e concedeu a ele liberdade provisória.

Moraes exigiu o cumprimento de medidas cautelares, como:

  • Uso de tornozeleira eletrônica
  • Limitação da liberdade de sair de casa aos fins de semana e também à noite
  • Afastamento das funções no Exército.

Após deixar a prisão, o militar fez exame de corpo de delito e foi colocada nele a tonozeleira.

CID 4 MESES PRESO

Mauro Cid estava preso no Batalhão do Exército de Brasília. Ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid no sistema do Ministério da Saúde. A fraude envolveria informações de integrantes da família do ex-auxiliar e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, a delação premiada do ex-ajudante de ordens não trata apenas do caso das vacinas. Ele também tem informações sobre a venda ilegal de joias recebidas como presente para o governo, enquanto Bolsonaro era presidente, e outros delitos que estão sendo investigados pela Polícia Federal.

O ponto principal são as articulações para o funcionamento de uma milícia digital e a articulação para tentativa de golpe contra a democracia brasileira.

A Procuradoria-Geral da República foi contra o acordo de colaboração premiada firmado entre a PF e Mauro Cid.

“A PGR não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal, como aquelas de Antonio Palocci e de Sérgio Cabral, por exemplo. O subprocurador-geral da República que se manifestou na delação de Mauro Cid apenas postula que se cumpra a lei”, escreveu no X (antigo Twitter) o procurador-geral da República, Augusto Aras.

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